Vinte e nove espécies de peixes da bacia do rio Madeira estão contaminadas por mercúrio, aponta estudo Por Redação Zero Hora AM1 de dezembro de 202403649 Uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) revelou altos níveis de contaminação por mercúrio em peixes da Bacia do Rio Madeira. As análises, realizadas em 29 amostras de peixes coletadas entre os municípios de Humaitá e Manicoré, identificaram concentrações de mercúrio até seis vezes superiores ao limite estabelecido pela Anvisa.
O jaraqui e a branquinha foram as espécies que apresentaram os maiores níveis de contaminação, com concentrações de mercúrio duas vezes acima do permitido. A presença do metal pesado em peixes forrageiros, que servem de alimento para outras espécies, é um sinal de alerta para a contaminação da cadeia alimentar aquática. Impactos para a saúde e o meio ambiente A contaminação por mercúrio representa um sério risco à saúde humana.
O metal pesado se acumula no organismo e pode causar danos ao sistema nervoso, aos rins e ao coração. As populações ribeirinhas, que dependem da pesca para sua subsistência, estão especialmente vulneráveis. A principal fonte de contaminação por mercúrio na região é o garimpo. O uso do mercúrio no processo de extração do ouro contamina os rios e solos, afetando a fauna e a flora. Além disso, a queima de combustíveis fósseis e as atividades industriais também contribuem para a liberação de mercúrio no ambiente. Medidas para enfrentar o problema.
Para enfrentar esse problema, os pesquisadores da UEA recomendam a intensificação do monitoramento da qualidade da água e dos peixes na região, além da implementação de políticas públicas para combater o garimpo ilegal e promover o desenvolvimento sustentável. É fundamental que sejam adotadas medidas para reduzir a exposição da população ao mercúrio, como a criação de programas de educação ambiental e a promoção de alternativas econômicas para as comunidades ribeirinhas.
O papel da pesquisa A pesquisa realizada pela UEA é fundamental para entender a dimensão do problema da contaminação por mercúrio na Amazônia e para orientar a elaboração de políticas públicas. Os resultados obtidos servirão de base para a criação de um plano de ação para a recuperação dos ecossistemas contaminados e a proteção da saúde da população.
Fonte: Portal Zero Hora Amazonas