Amazonas

Fenômeno de terras caídas causou desabamento de porto no interior do Amazonas, aponta SGB

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Órgão afirmou ainda que o aterro em solo instável tem relação com o deslizamento que engoliu o Porto de Terra Preta, em Manacapuru.

desabamento ocorrido no Porto de Terra Preta, em Manacapuru, no interior do Amazonas, no dia 7 de outubro, foi causado pelo fenômeno de “terras caídas”, segundo laudo do Serviço Geológico do Brasil (SGB). A análise revelou ainda que o aterro construído na área do deslizamento estava sobre um solo frágil, incapaz de suportar cargas extras, o que contribuiu para a tragédia.

O acidente causou a morte de um homem de 36 anos e uma criança de 6 anos, além de deixar outras 10 pessoas feridas.

Na quinta-feira (31), a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB, Alice Castilho, explicou que o porto foi construído em uma região naturalmente erosiva, um processo que acaba sendo intensificado pela seca severa.

“Aquela margem é naturalmente erosiva, especialmente por estar em um meandro do rio onde ocorre a deposição de sedimentos em uma margem e erosão na outra. Com a variação do nível do rio em cerca de 15,5 metros nos últimos quatro meses, numa região que normalmente é da ordem de 10 metros, o fenômeno das terras caídas , que também é um processo natural, foi desencadeado”, explicou.

Os deslizamentos de terra, chamados de “terras caídas”, são comuns na região Norte durante a seca. O fenômeno é provocado pela ação da água nas margens dos rios, que provoca a erosão do solo, o que ocasiona deslizamentos.

diretora também destacou que o aterro onde estava sendo construída a Instalação Portuária de Pequeno Porte (IP4), na área do desastre, foi feito sobre solos inconsolidado.

“Mas, ali o que também tinha era a questão de um aterro e esse aterro foi construído em uma região de solos inconsolidados, ou seja, solos mais frágeis, solos que não aguentam uma carga extra”, afirmou.

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) foi autuado e multado em mais de R$ 3 milhões pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) devido à construção no local.

Alice Castilho ainda expressou preocupação com a ocupação irregular próxima à margem, especialmente com flutuantes, durante o período de seca extrema. Ela ressaltou a necessidade de precaução tanto em áreas já identificadas como de risco geológico quanto em regiões de ocupação recente, onde problemas podem surgir.

caso segue sendo investigado pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), que chegou a pedir novas explicações da Prefeitura de Manacapuru e da Defesa Civil sobre o acidente, no dia 19 de outubro. O Dnit também foi oficiado, devendo emitir um relatório sobre as possíveis causas da tragédia.

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