Habitante dos rios amazônicos, o boto-cor-de-rosa encantou os jurados de um concurso internacional de fotografia este ano. Embora tenha a fama de “encantar”, dessa vez não se trata de lenda folclórica. Na realidade, o boto-cor-de-rosa foi destaque após ter sido clicado pela fotógrafa norte-americana Kat Zhou, que ficou em primeiro lugar no “Underwater Photographer of the Year 2023”, uma premiação que destaca os melhores fotógrafos subaquáticos do mundo
Kat Zhou batizou a imagem de ‘Boto encantado’, e ressaltou que o lendário boto-cor-de-rosa “deu uma pose e um sorriso perfeitos”, já que o registro mostra o foto praticamente “sorrindo” para a foto. A fotógrafa comemorou a premiação em seu perfil profissional no Instagram.
Na publicação, Kat não especifica em qual região da Amazônia brasileira a imagem foi registrada, mas, aproveita para chamar a atenção para a ameaça e extinção da espécie, fazendo uma analogia com a lenda folclórica do boto-cor-de-rosa, muito conhecida no Amazonas, que fala que ele se transforma em um homem bonito e conquistador, que encanta mulheres e até as engravida.”Embora os habitantes locais geralmente reverenciem esses golfinhos como criaturas lendárias com poderes mágicos, se continuarmos no atual caminho de destruição ambiental na Amazônia, temo que eles realmente se tornem nada mais do que seres míticos”, escreveu a fotógrafa.
Kat afirma que é grata pela oportunidade de trazer um pouco de conhecimento sobre o boto-cor-de-rosa, uma bela espécie que não se fala com muita frequência. Ela ressalta, inclusive, a influência do garimpo ilegal no envenenamento e morte da espécie. “Todos os botos enfrentam pressões semelhantes, incluindo poluição e projetos de desenvolvimento em larga escala que alteram os fluxos dos rios e perturbam os ecossistemas locais. Os botos da Amazônia também são afetados por envenenamento por mercúrio devido à indústria local de mineração de ouro e, em algumas partes da Amazônia, são mortos intencionalmente pela pesca para serem usados como isca para uma espécie premiada de bagre”, escreveu.
A disputa
A foto premiada venceu mais de 6 mil imagens enviadas de 72 países e foi considerada pelos juízes como a melhor foto que já viram do boto-cor-de-rosa.
Kat ressaltou ainda estar honrada e em êxtase pela premiação. Ela também parabenizou outros vencedores do concurso e agradeceu aos jurados e equipe envolvida na premiação. “Entrar na fotografia subaquática nos últimos anos tem sido uma jornada incrível e me sinto abençoada por receber esse reconhecimento de uma equipe de jurados que admiro imensamente”, destacou.
Os botos-cor-de-rosa estão presentes na bacia Amazônica, na região do alto rio Madeira e na bacia do rio Orinoco, que abrange países da América Latina. As espécies se espalham pelas águas brasileiras, além de países como a Bolívia, Venezuela, Colômbia, Equador e Peru.
Fonte: A crítica