Rio – Luiz Schiavon, tecladista e fundador da banda RPM, morreu aos 64 anos, em São Paulo, nesta quinta-feira. O músico lutava contra uma doença autoimune há quatro anos. A informação foi confirmada através de um comunicado publicado no Instagram da banda. A cerimônia de despedida do artista será restrita aos familiares e amigos.
“É com pesar que a família comunica o falecimento de Luiz Schiavon. Ele vinha lutando bravamente contra uma doença autoimune há 4 anos mas, infelizmente, ele teve complicações na última cirurgia de tratamento e não resistiu”, inicia a nota.
“Luiz era, na sua figura pública, maestro, compositor, fundador e tecladista do RPM, mas acima de tudo isso, um bom filho, sobrinho, marido, pai e amigo. Portanto, a família decidiu que a cerimônia de despedida será reservada para familiares e amigos próximos e pede, encarecidamente, que os fãs e a imprensa compreendam e respeitem essa decisão”, continua.
Esperamos que lembrem-se dele com a maestria e a energia da sua música, um legado que ele nos deixou de presente e que continuará vivo em nossos corações. Despeçam-se, ouvindo seus acordes, fazendo homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente lembrando dele com carinho, o mesmo carinho que ele sempre teve com todos aqueles que conviveram com ele”, conclui.
Biografia
Luiz Antônio Schiavon Pereira nasceu no dia 05 de outubro de 1958 em São Paulo. Ainda criança queria praticar judô, mas a mãe insistiu que ele fizesse piano. Na juventude, chegou a cursar Faculdade de Arquitetura, mas notou que seu caminho profissional seria a música. Ele, então, começou a tocar na banda cover do Deep Purple.
Aos 16 anos, Luiz conheceu Paulo Ricardo no dia em que a banda se separou. Talentosos, os dois criaram o Aura, com forte influência de rock progressivo, que durou cerca de um ano e meio. Depois, na década de 1980, fundaram o RPM, que também tinha como integrantes o guitarrista Fernando Deluqui e o baterista Paulo Antônio, o P.A., morto em 2019.
A banda ganhou notoriedade com o primeiro álbum “Revoluções por Minuto” (1985), com hits como “Olhar 43” e “Rádio Pirata”. O grupo enfrentou cerca de quatro pausas até seu retorno definitivo em 2011. Seis anos depois, Paulo Ricardo decide deixar a banda para seguir carreira solo.
Durante o hiato do RPM, Luiz se aventurou em outros projetos. Em 1991, assinou com a gravadora Stilleto, especializada em dance music, e lançou o single “Alice no País do Espelho”, com participações de Patrícia Coelho e Tzaga Silos; um ano depois desenvolveu um trabalho de shows ao ar livre, com grandes plateias e utilizando elementos da arquitetura para projeções e estações de lasers.
Já em 1996, começou a compor trilhas sonoras para novelas da Rede Globo, sendo responsável pelas trilhas de “O Rei do Gado”, “Terra Nostra”, “Esperança” e “Madre Maria”. Em 2004, Luiz formou a banda LS&D com o ex-guitarrista do RPM Fernando Deluqui. O grupo lançou apenas um disco, que tinha a faixa “Madrigal”, escolhida para a abertura da novela Cabocla, da TV Globo. Durante seis anos (2004 a 2010), Schiavon integrou a banda do “Domingão do Faustão”.
Em 2011, o artista retornou ao RPM. Na época, eles lançaram o álbum “Elektra”. Mesmo após a saída de Paulo Ricardo, em 2017, a banda continuou em atividade. Entre 2020 e 2022, Luiz precisou se afastar dos palcos devido a problemas de saúde. Além dele, a formação mais recente do RPM tem como integrantes o guitarrista e fundador Deluqui, o baterista Kiko Zara e o vocalista Dioy Pallone.
Fonte: O DIA