Exame consegue diagnosticar variantes identificadas no Brasil, Reino Unido e África do Sul
Em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Amazônia), o Governo do Amazonas desenvolveu um exame de detecção para Covid-19 que pode identificar três tipos de variantes do coronavírus, entre elas a variante P1. A tecnologia será repassada à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), responsável por disponibilizar o teste para outros países do continente americano.
O teste segue o mesmo protocolo do RT-PCR, porém com a especificidade de detectar outros tipos de variantes. De acordo com o diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Cristiano Fernandes, o kit consegue diagnosticar não apenas a variante P1, identificada primeiramente no Amazonas, mas também as mutações encontradas no Reino Unido e África do Sul.
“Isso dá um salto de qualidade na questão do diagnóstico. Essa tecnologia já foi repassada para a Organização Pan-Americana de Saúde, uma parceria importante que tem nos apoiado desde o início. A ideia é que a Opas produza esses PCRs, esses kits, e disponibilize para os países da América Latina e da América do Sul. Isso já é fruto de um trabalho, resultado da pesquisa que tem sido desenvolvida aqui no estado do Amazonas”, destacou Cristiano.
A tecnologia será integrada ao trabalho de pesquisadores de instituições locais e nacionais, que, desde a identificação da nova variante no Amazonas, buscam encontrar respostas quanto ao grau de transmissibilidade e letalidade da nova cepa.
A coordenadora da unidade de emergência Opas Brasil, Maria Almiron, reforçou a importância do teste. “A tecnologia é do Amazonas, da Fiocruz Amazonas. Ela já foi validada aqui no Amazonas e entregue, digamos, o protocolo para a Opas disseminar essa informação aos países. Temos prevista ainda para essa semana fazer essa divulgação e, para aqueles países que queiram utilizá-la, apoiando com a entrega de reagentes específicos”.
Comitê científico – O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou, nesta terça-feira (02/03), a formalização do Comitê de Assessoramento Científico Externo, formado por pesquisadores de instituições locais, de outros estados e da Opas. O grupo de estudiosos independentes, que já auxiliavam o Estado no enfrentamento da pandemia, vai realizar estudos sobre a transmissibilidade e letalidade da variante P1, predominante entre as cepas do novo coronavírus circulantes no Amazonas, e os impactos da vacinação contra a Covid-19.
Além da tecnologia capaz de identificar variantes, o comitê realiza um estudo para avaliar a efetividade da vacina contra a Covid-19 a partir de dados coletados de profissionais de saúde e idosos vacinados em Manaus. Os resultados devem ser divulgados nas próximas semanas.
FOTO: Diego Peres/Secom