O ex-ajudante Agnaldo Soares Bastos foi condenado a mais de 40 anos de prisão, em regime fechado, pelo feminicídio de sua ex-mulher e pelo assassinato da própria filha, que foram enterradas clandestinamente por ele em Mongaguá, no litoral paulista, em agosto de 2013.
A decisão do júri popular, realizado na 1ª Vara da cidade litorânea, foi publicada no último sábado (11/3) pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
O processo mostra que no dia do crime, ocorrido em 19 de agosto de 2013, Agnaldo se desentendeu com Ednéia Silva Mendes, de 38 anos, por causa do pagamento de uma pensão.
Ele espancou a ex-companheira até a morte e a enterrou no quintal de casa, no bairro Vila Operária, em Mongaguá. Segundo o processo, ele jogou uma leve camada de concreto sobre a cova rasa.
No mesmo dia, Agnaldo foi buscar a filha na escola, no fim da tarde. Após questionar onde estava sua mãe, Vitória da Silva Bastos, de 8 anos, também foi morta e enterrada, nos fundos da empresa onde o pai trabalhava.
Os corpos de mãe e filha foram encontrados cinco dias depois. Agnaldo confessou os crimes.
“Para os jurados, restou incontroversa a materialidade e autoria dos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver”, diz trecho de nota do TJSP.
Quando foi calcular a pena, o juíz Guilherme Pinho Ribeiro, da 1ª Vara de Mongaguá, acolheu as qualificadoras de motivo fútil e torpe dos crimes.
“O acusado seguiu a vida normalmente, simulando a todas as pessoas próximas [às vítimas] que nada havia ocorrido e ainda que se mostrava preocupado com o paradeiro de sua filha”, ressaltou o magistrado antes de ler a sentença.
Agnaldo foi condenado 40 anos, quatro meses e 15 dias em regime fechado. A defesa dele pode recorrer da decisão.