Dezenas de milhares de iemenitas marcharam em Sanaa na segunda-feira, atendendo a um apelo do movimento Houthi alinhado com o Irã para condenar os Estados Unidos por rotulá-los de grupo terrorista e apoiar a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita que está lutando contra ele.
Os manifestantes encheram uma larga avenida na capital controlada por Houthi, muitos segurando faixas que diziam: “A América é a mãe do terrorismo”.
A designação do grupo pelo governo Trump como organização terrorista estrangeira entrou em vigor em 19 de janeiro, mas está sendo revisada pelo novo governo de Joe Biden.
Funcionários da ONU e agências de ajuda pediram a revogação da medida por temores de que poderia desencadear uma fome em grande escala e complicar os esforços para acabar com a guerra que matou mais de 100.000 pessoas e deixou 80% da população necessitando de ajuda.
“A decisão americana (de designação) … não diz respeito apenas a um grupo, mas a todos os iemenitas e, portanto, suas consequências serão sentidas entre todos os iemenitas”, disse à Reuters o oficial houthi Mohammed Haidara, que estava entre os manifestantes.
O norte do Iêmen é controlado pelos Houthis, que depuseram o governo internacionalmente reconhecido do poder em Sanaa no final de 2014, levando a coalizão liderada pelos sauditas a intervir meses depois.
Os Estados Unidos e outras nações ocidentais forneceram armas e inteligência à coalizão.
Os Estados Unidos e a Arábia Saudita veem o movimento Houthi como uma extensão da influência iraniana. Os Houthis negam ser fantoches de Teerã e dizem que estão lutando contra um sistema corrupto.
Fonte: Reuters