No imóvel, que fica na capital paulista, a polícia encontrou uma camisa e um boné com sangue iguais aos que Alejandro usava no dia do crime.
polícia do Rio de Janeiro investiga qual o envolvimento do cubano Alejandro Triana Prevez na morte do galerista americano Brent Sikkema, assassinado em sua casa no Jardim Botânico no início do mês.
O Fantástico mostrou como foi a movimentação na rua no dia do crime, flagrada por câmeras de segurança, e quais os detalhes da vida do principal suspeito, que mora em São Paulo e tem um passado com a vítima.
De acordo com a polícia, Alejandro entrou na casa da vítima no sábado (13) pouco antes das 4h, sem arrombar a fechadura. Sai de lá 15 minutos depois, entra no carro e vai embora. O corpo só viria a ser descoberto na segunda-feira seguinte, por uma advogada brasileira do americano, que tinha a chave e estranhou a falta de contato.
Imagens mostram movimentação no dia da morte do galerista americano..
A vida de Alejandro em São Paulo
Pelas câmeras de segurança, a polícia identificou a placa do veículo utilizado por Prevez, e começou a realizar diligências em São Paulo. O carro não é dele e imagens inéditas obtidas pelo Fantástico mostram o cubando devolvendo o carro à dona, na capital paulista.
Imagem mostra momento em que cubano devolve carro em São Paulo.
Pedindo para não ser identificada, a amiga conta por telefone como ele veio parar no Brasil.
“Eu já conhecia a mãe dele desde 2013, quando ela veio para o Brasil. Eu fazia doutorado, e ela veio fazer pós-doutorado também no mesmo programa. E aí nós nos conhecemos, ficamos amigas. Depois a mãe dele morreu. Ela ficou muito doente, com câncer. Aí ele veio em 2022, veio sozinho, né? Ele chegou meio assim, desorientado. Arrumei um lugar para ele ficar e ele foi pra lá”, diz.
asa do suspeito
Em outras imagens inéditas é preciso ver onde onde Alejandro Prevez morava: um quarto de propriedade da amiga, na Zona Sul de São Paulo, como conta o filho dela, que também pediu para não ser identificado.
“No começo ele não pagava nada, até que ele conseguiu alguma forma de renda para conseguir pagar o aluguel para ela. Ele já trabalhou como professor de espanhol e também fazia entregas de pacotes, mas eu não sabia exatamente como funcionava”, diz.
Camisa com sangue foi encontrada na casa do suspeito, em São Paulo..
Na casa, a polícia encontrou uma camisa e um boné iguais aos que Alejandro usava no dia do crime. Segundo as investigações, as roupas estavam com manchas são de sangue, que ainda passam por perícia.
Fuga e prisão
De acordo com a polícia, após o crime o cubano voltou para São Paulo e, com as repercussões na imprensa, resolveu iniciar a fuga.
“Nós fizemos um trabalho conjunto de monitoramento e aí nós constatamos já na quarta à noite que ele já estava a caminho do interior pegando as rodovias”, conta o delegado da polícia de São Paulo, Cláudio Henrique Lopes.
Ele foi preso pela Polícia Rodoviária Federal na Zona Rural de Uberaba, em Minas Gerais. Ele estava dormindo em um carro, quando foi encontrado com US$ 3 mil. A intenção, diz a polícia, era chegar até a fronteira com a Bolívia.
Linhas de investigação
A primeira hipótese traçada pela polícia foi a de latrocínio, que é o roubo seguido de morte. No depoimento, a advogada disse que dólares, reais e joias tinham sido levados da casa da vítima.
A polícia tem certeza de que o crime foi premeditado, mas não sabe ainda o motivo do assassinato.
Segundo as investigações, Brent Sikkema e Alejandro se conheceram em Cuba, onde o americano tinha dois imóveis. Alejandro era uma espécie de faz-tudo de Brent e do também cubano Daniel Garcia Carrera, com quem Brent foi casado durante 15 anos.
Brent e Daniel tiveram um filho, hoje adolescente.
Testemunhas dizem que, depois que se mudou para o Brasil, Alejandro esteve com Brent pelo menos duas vezes: em julho e em dezembro do ano passado, no Rio de Janeiro.
Em depoimento à polícia, a advogada brasileira de Brent disse que o americano tinha comprado um apartamento e estava com dinheiro vivo para pagar despesas do imóvel e comprar mobília.
“A vítima era uma pessoa de muito bom relacionamento e querida por todos. Desconhecem qualquer tipo de inimizade que a vítima pudesse manter aqui no Rio ou de Janeiro ou até fora do país. Então, esse é mais um motivador que nos leva a crer que de fato o crime foi motivado por questões financeiras, né? Focadas ali no interesse do Alejandro de subtrair os bens que ele tinha conhecimento que a vítima mantinha”, conclui o advogado.