A fiscalização ambiental da Prefeitura de Manaus registra este ano uma tendência de redução do número de novos focos de invasão em áreas protegidas do município. De janeiro até agosto, foram registrados apenas 11 focos de ocupações irregulares em áreas verdes e de preservação permanente na cidade, todos combatidos e mantidos sob monitoramento. No mesmo período, no ano passado, haviam 56. Ao todo, em 2019, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) registrou 72 focos, num recorde de ocupações da série histórica dos últimos cinco anos.
De acordo com análise do diretor de Fiscalização da Semmas, Éneas Gonçalves, a pandemia de Covid-19 pode ter sido um fator determinante para a redução dos casos. “Mesmo em se tratando de um ano eleitoral, em que muitos se aproveitam para ocupar irregularmente áreas públicas em troca de apoio a candidatos, tivemos uma queda acentuada no número de focos novos constatados pela fiscalização em áreas públicas, o que é positivo”, afirma Eneas, lembrando que as ocupações em áreas particulares não entram nas estatísticas do órgão. Outro aspecto que, segundo o diretor, pode ter contribuído foi o combate efetivo contra as invasões, em 2020, com destaque para a reintegração do Monte Horebe.
“No Monte Horebe, a presença das forças policiais e dos órgãos de segurança acabou inibindo a ação dos invasores, bem como do braço do crime organizado, que está por trás dessas investidas, visando domínio de território”, avalia Eneas. Ele explica que atualmente a cidade ainda possui três invasões de grande porte em andamento. São elas: Cidade das Luzes, na Área de Proteção Ambiental Tarumã-Ponta Negra (zona Oeste); Fábrica de Cimento Nassau (zona Leste) e Cemitério dos Índios (zona Norte). As duas primeiras estão situadas em áreas particulares, o que dificulta a ação do poder público.
Além do impacto da perda de vegetação, as ocupações desordenadas trazem consigo diversos outros problemas de ordem social e ambiental. As pessoas se instalam sem infraestrutura, sem água potável nem condições sanitárias. O lixo é acumulado em lixeiras viciadas e carreado para os cursos d’água.
Foto – Divulgação / Semmas