MANAUS (AM) – O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) revogou nesta segunda-feira, 16/10, a prisão do investigador da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), Raimundo Nonato Monteiro Machado, mais conhecido como ‘Nonato Careca’, detido pela Justiça sob acusação de tentativa de homicídio triplamente qualificado contra o advogado Ygor de Menezes Colares, e também o crime de tortura praticados contra a babá Cláudia Gonzaga Lima.
Patrão e funcionária foram alvos de crime em 18 de agosto deste ano, em um condomínio no bairro Ponta Negra, zona Oeste da capital.
Em decisão proferida pela Juíza Eline Paixão e Silva Gurgel do Amaral Pinto, da 3ª vará do Tribunal de Júri, consta que o investigador retornará ao trabalho de forma parcial e não poderá participar de serviços externos. A magistrada também determinou a suspensão do porte de arma de fogo do policial.
O TJAM também revogou a prisão preventiva da mulher do investigador, a professora de educação física Jussana Machado, que deve cumprir medidas cautelares durante o andamento do processo, como o uso de tornozeleira eletrônica. Ela também é suspeita do crime e estava detida no Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF).
Na ocasião da confusão generalizada que aconteceu dentro de um estacionamento, Jussana teria agredido a babá e atirado contra o advogado. Já o investigador é suspeito de ter incentivado o crime dando a arma para a sua esposa, além de também ter agredido a vítima no momento da ação.
Ministério Público
O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) se posicionou contra a decisão de revogar a prisão dos suspeitos, por entender que “o laudo de exame de corpo de delito e as imagens contidas nos autos principais não deixam dúvidas quanto à materialidade delitiva do crime de tortura praticado por sua companheira contra a babá, Cláudia Gonzaga de Lima”.
O MP destaca que os depoimentos do investigador Raimundo Nonato e sua mulher, Jussana Machado, prestados na fase policial comprovam que o investigador entregou a pistola municiada à mulher, e ainda mandou que ela mantivesse a arma apontada para Ygor, arma essa com que a suspeita efetuou um disparo na direção do advogado.
A nota finaliza com o pedido de prisão preventiva dos dois suspeitos com base em todas as provas colhidas no âmbito da investigação e pela necessidade da garantia da ordem pública.
Defesa do Advogado
As defesas do Advogado e da babá divulgaram nota argumentando que a soltura do casal “agiganta os sentimentos de impunidade”, além de pedir para que o Tribunal de Justiça do Amazonas decrete novamente a prisão preventiva dos suspeitos.
Esperamos mais uma vez que toda a dor experimentada pelas vítimas e que o eco dos gritos e pedidos de socorro da babá possam ecoar pelo Tribunal de Justiça do Amazonas para que a prisão preventiva seja novamente decretada