Durante visita à Escola Normal Superior (ENS), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Manaus, nesta sexta-feira (11), os candidatos da Chapa 19 conheceram as instalações da unidade, ouviram as demandas e dialogaram com os alunos, professores e técnicos. A comunidade acadêmica disse temer que o descaso com a manutenção na infraestrutura e a falta de investimentos impeçam a universidade de dar continuidade às pesquisas.
Os candidatos, o Prof. Dr. André Zogahib e a Prof.ª Dra. Kátia Couceiro, iniciaram a visita pelo Restaurante Universitário (R.U.), onde almoçaram e dialogaram com os alunos. Em seguida, o diretor da unidade, Otávio Rios, apresentou as instalações que a unidade oferece, como salas de aula, laboratórios, sala de acessibilidade, sala dos professores, biblioteca, além do auditório e demais espaços, que funcionam em condições precárias.
Ao visitar a coordenação de Tecnologia, Informação e Comunicação, que divide o espaço com um laboratório que manipula substâncias que têm tornado o ambiente insalubre, a ex-diretora da unidade, professora Vanúbia Moncayo, destacou a dificuldade enfrentada. “Desde 2017 começamos uma força-tarefa para retirar esse laboratório do mesmo espaço que o setor da CTIC, tendo em vista que já foi muito problemático no sentido de manipulação de substâncias que torna o ambiente insalubre. Muitos servidores sentiam mal estar em consequência do odor que davam outros efeitos. Como não conseguimos retirar esse laboratório, a medida paliativa foi colocar um exaustor na sala para amenizar a situação e dar a mínima qualidade para nossos servidores”, enfatizou Vanúbia.
O candidato a reitor pela Chapa 19, Prof. Dr. André Zogahib, declarou-se preocupado com o descaso em que se encontra a estrutura da unidade e apontou soluções. “Esse prédio é alugado, mas nós queremos fazer as tratativas legais para realizarmos a compra deste terreno e oferecer instalações dignas para estudantes e professores. É muito perigoso manter substâncias mal alocadas, tanto para as pessoas quanto para os equipamentos. Portanto, medidas para a solução desses impasses serão tomadas o mais breve possível”, afirmou.
Educação para avançar
Na área externa da unidade, o candidato conheceu a estrutura de um laboratório instalado em contêiner e recebeu a demanda de um dos professores que coordena as atividades no local. “É um laboratório de nível de segurança e trabalhamos com o vírus dengue. Aqui, testamos atividades de plantas, fungos e de animais que tenham atividade contra o dengue. O apelo que eu faço é porque não temos um técnico para trabalhar em nenhum dos laboratórios e não recebemos nenhum recurso para gerir o básico para os laboratórios”, frisou o professor Raimundo Júnior.
O candidato a reitor endossou a importância de investir no tripé ensino, pesquisa e extensão. “O trabalho de vocês é extremamente importante para o desenvolvimento acadêmico. Mas também é fundamental para o estado do Amazonas, pois o que investigam aqui poderá beneficiar a sociedade. E sabemos que não conseguiremos desenvolver o estado se não for por meio da educação e, principalmente, do incentivo à pesquisa na nossa região”, enfatizou André Zogahib.
Gestão participativa
Os candidatos também realizaram encontro com a comunidade acadêmica no auditório da unidade, onde puderam apresentar suas propostas e abriram espaço para ter conhecimento sobre as demandas de alunos, professores e técnicos. Dentre as principais demandas destacadas pelos participantes do encontro estão a melhoria da infraestrutura da unidade, condições e vagas na casa do estudante, transporte e diárias para a realização de trabalhos de campo, equipamentos para desenvolver as pesquisas, internacionalização da universidade, criação de política indígena para a universidade e apoio às pós-graduações.
Engajado no movimento estudantil, o discente Bruno Cortez, do curso de Geografia e conselheiro do Conselho Universitário (Consuniv), registrou sua indignação e reivindicação por condições dignas para estudar. “Entre as propostas que queremos destaco as diárias para ir a campo, reajuste das bolsas de monitoria e extensão assim como transporte para ir a campo. Muitas vezes os professores tiram do seu próprio bolso para conseguirmos fazer esse deslocamento. Já estou cansado dessa gestão de 15 anos porque não vejo mudança. Já fui amordaçado em reuniões feitas pelo atual reitor, onde ele mandou desligar meu microfone e não respondeu aos questionamentos feitos”, declarou Bruno.
A Prof.ª Dra. Kátia Couceiro reafirmou o compromisso de fazer uma gestão inclusiva, participativa e com respeito. “Não será uma gestão direcionada e privilegiada como acontece, mas uma gestão democrática, onde queremos ouvir os alunos, professores e técnicos para podermos buscar cada vez mais melhorias para essa comunidade. Existem as demandas e as prioridades. E com uma gestão participativa, vamos dar prioridade aos mais necessitados. Com uma boa administração, podemos deixar todo mundo no mesmo patamar de excelência. Nosso objetivo é dar educação e formação melhores, ser exemplo, para que esses alunos de forma que queiram voltar e serem professores da nossa universidade”, disse Kátia Couceiro.
De acordo com o Profº Dr. André Zogahib, atualmente a UEA tem mais de 20 mil alunos, o que mostra a necessidade emergente de reestruturar e reorganizar os espaços. “Queremos ter uma universidade mais pujante, onde possamos passar a investir recursos no que realmente importa. Nossa infraestrutura está precária e o desperdício de recurso público com uma série de situações é evidente. Vamos construir um prédio bem equipado para que possamos sair desses aluguéis e passar a investir na estrutura da nossa escola”, reiterou Zogahib.