O verão amazônico faz surgir na paisagem da cidade as flores dos ipês. Além da avenida Djalma Batista, que anualmente oferece um espetáculo a quem trafega na via, com a floração dos ipês existentes no canteiro central, diversos outros logradouros públicos e corredores viários da cidade, contemplados com o plantio da espécie, estão florescendo pela primeira vez. O programa Arboriza Manaus, da Prefeitura de Manaus, realizou nos últimos quatro anos o plantio de 40 mil novas árvores na cidade, das quais aproximadamente 6 mil são ipês.
Quem passa pelas avenidas Max Teixeira, Torquato Tapajós, Ephigênio Sales e André Araújo, já consegue visualizar as flores nas cores branca e lilás. As espécies são resultado também do trabalho do Arboriza Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) e da Comissão Especial de Paisagismo e Urbanismo de Manaus.
“É maravilhoso andar pelas ruas da cidade e ver os ipês floridos, nos dando beleza, e também frescor, proteção, nos mostrando que uma cidade mais florida é sim mais bonita e também mais agradável de viver. É esse legado que queremos deixar com a Comissão de Urbanismo e Paisagismo, de que é possível, na verdade é imprescindível, que alinhemos desenvolvimento com o meio ambiente. Os grandes projetos, as grandes cidades requerem isso e é nesse caminho que o prefeito Arthur Virgílio Neto, eu e todos que compõem a comissão estamos seguindo. Nossa população merece”, destaca a presidente da Comissão Especial de Paisagismo e Urbanismo de Manaus, Elisabeth Valeiko Ribeiro, acrescentando que a comissão fortaleceu as ações de arborização e paisagismo em áreas públicas.
Florescimento
A floração e a perda de folhas fazem parte do ciclo reprodutivo característico do ipê e começa a acontecer no verão. As árvores perdem as folhas e florescem, como forma de adaptação ao espaço onde estão inseridas. “Esse é um processo que geralmente ocorre entre setembro e outubro, em virtude dos dias de sol forte registrados na cidade, em alguns casos, o processo de floração de alguns dos ipês pode ter se desencadeado até antes desse período”, explica o secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Antonio Nelson de Oliveira Júnior.
A espécie ganhou notoriedade em Manaus a partir de 2015, quando ocorreu o primeiro florescimento dos ipês brancos plantados no canteiro central da Djalma Batista. Tradicionalmente, o surgimento das flores acontece entre os meses de setembro e outubro, no pico do período seco. “Nesse momento, de elevadas temperaturas, todas as energias da planta estão voltadas ao ciclo reprodutivo, depois surgem as vagens e os ipês retomam a emissão das folhas. A perda das folhas faz parte da biologia da planta e é uma estratégia de sobrevivência da árvore, que busca economizar o máximo de umidade que ela puder sempre no período do verão”, afirma o diretor de Arborização da Semmas, Deyvson Braga.
Os ipês floridos têm encantado a população em todas as zonas da cidade. Para a farmacêutica Cláudia Helena Pio, 55, é uma alegria ver tantas árvores na cidade florescendo. “Esse é um período muito quente, mas somos sempre agraciados em ver essas belezas naturais, que particularmente, me encantam muito. Dessa vez, são em vários cantos da cidade e toda a oportunidade que eu tenho eu paro para fotografar. Sou apaixonada”, comentou.
Serviços
Para estarem como estão hoje, os ipês recebem atenção da Prefeitura de Manaus, que realiza ações de manutenção, reposição, podas de condução (em alguns casos) visando adequar as árvores à realidade da cidade. Algumas das árvores estão florindo pela primeira vez este ano. O técnico explica que a primeira floração não é tão intensa. Somente quando as árvores apresentam um estágio de desenvolvimento maior é que passam a ter uma floração plena. Por meio do programa Arboriza Manaus, também receberam o plantio de ipês as rotatórias da Cidade Nova, Ponta Negra, avenida Rodrigo Otávio, avenida Brasil, praça do Petrópolis, entre outros.
Depois de florescerem, os ipês começam o processo de renovação das folhagens, momento em que todas as flores e vagens caem ficando apenas os galhos das árvores, que ganharão novas folhas. Nesse momento, é possível fazer a coleta de sementes para a produção de mudas.
Texto – Júlio Pedrosa / Semmas
Fotos – Márcio James / Semcom