Ju Romano é a Capa Digital da Máxima em novembro e traz uma importante discussão sobre empoderamento de mulheres
Ju Romano é inspiradora! Quem acompanha o trabalho da influenciadora digital nas redes sociais sabe que ela apresenta discursos sobre amor-próprio, autoaceitação e empoderamento feminino.
Esse poder de conversar com outras mulheres faz com que ela e seu processo sejam uma parte inspiradora na vida daquelas que a seguem e, também, daquelas que são tocadas por seus conteúdos.
Capa da Máxima no mês de novembro, Ju começou contando o que fez por ela mesma durante o ano de 2022.
“Eu voltei para a terapia, que é muito legal. Eu acho que a terapia é um dos maiores autocuidados que podemos fazer por nós mesmas. É sobre olhar para dentro. Fazia mais de dez anos que eu não fazia e eu resolvi voltar para rever essas questões. O maior ponto foi, de fato, voltar o olhar para mim mesma.”, contou ela.
Ju falou sobre mais uma mudança, dessa vez, estética: “Uma coisa que eu fiz, que eu sempre tive vontade, foi fazer meus cinco piercings. Se você for pensar, a sociedade impõe dizendo que você não tem mais idade para isso. As pessoas dizem: ‘Você não deveria estar pensando em ter filho ao invés de colocar os brincos?’. Mas eu estou pensando nisso também, uma coisa não exclui a outra. Mudei a cor do meu cabelo! Isso marca uma fase, para mim! Eu estou pensando em filho, focada na minha casa. Esse cabelo loiro me trouxe uma maturidade ainda maior.”.
“Comecei um esporte novo e eu gosto muito de falar sobre atividade física, porque sendo uma mulher gorda, sempre os dois temas estão relacionados de forma opressiva ou estão distantes, no sentido de gorda não pode fazer exercício a não ser que seja para emagrecer. Eu comecei a fazer boxe, porque, outra coisa que eu acho que falta na vida da mulher, é ter contato com a nossa agressividade. As mulheres são muito domadas. Todo mundo tem raiva! Eu amei entrar para o boxe!”, disse ela.
E tiveram sonhos também: “Eu realizei um sonho que foi montar meu escritório em casa. É muito legal a gente poder ver o fruto do nosso trabalho honesto ganhando forma. Consegui pagar tudo com o meu trabalho, me deu muito orgulho.”.
Não é de agora que ela está, todos os dias, na vida de suas seguidoras. São mais de 15 anos contando sua história nas redes sociais: “Quando eu comecei a trabalhar com internet, foi uma coisa muito sem querer, mas eu sou muito disciplinada, então as coisas foram acontecendo. Foi ganhando forma. Eu trabalho com isso há 15 anos e ver isso acontecendo é ter a sensação de que é real”.
Ao longo de sua carreira, a influenciadora digital compartilhou cada uma uma dessas conquistas com suas fiéis seguidoras, as quais ela chama, carinhosamente, de “minhas meninas”.
“Eu tenho a chance de compartilhar com as minhas amigas virtuais momentos especiais”, comentou.
Essa troca é o que faz a relação entre elas ser tão única e especial. São nesses momentos que Ju ajuda com que as mulheres se empoderem.
“A gente troca muito. Coisas que eu descubro, coisas que elas me contam. A maioria das pessoas é muito legal. Esse é um processo diário de altos e baixos. Na internet, você sempre vai mostrar o que você quer. As pessoas têm uma vida normal e vida real. Tem alguns temas que eu trato na terapia que eu trago para a gente pensar juntas, porque são temas comuns. Eu gosto de compartilhar com elas que essa questão de autoestima e amor-próprio são construções diárias. Esses pontos sempre vão ser questionados, porque a gente vive pressão estética, gordofobia, então eles serão sempre colocados à prova. Você vai, constantemente, tendo que se reforçar, se redescobrir e se reconstruir.”, disse ela.
Ju está ali, lado a lado, de suas seguidoras para ajudá-las no processo de força e empoderamento: “É um processo diário, mas ele fica mais fácil quando você não se sente sozinha. Quando eu entrei na internet, encontrei pessoas que eram iguais a mim, que se sentiam iguais a mim, que tinham os mesmos complexos, os mesmo traumas. A parte legal é você descobrir que tem pessoas como você e que você não se sente sozinha.”.
“Meu trabalho é ser útil de alguma forma. Cada pessoa é um universo”, disse ela.
Sobre as críticas e mensagens de ódio, a influenciadora digital revelou buscar olhar para isso com “outros olhos”.
“A gente tem que aprender a olhar as críticas como uma questão do outro. O problema não é meu, é um problema da pessoa. Então, tento ajudar a pessoa a como resolver essa questão nela. É pegar esse ódio direcionado a você, mas que não é sobre você e transformar em algo útil.”, explicou.
Ju contou como tudo começou: “Quando comecei, recebia uns comentários que diziam: ‘Você é gorda e não pode falar de moda’. Como se isso fosse um fator determinante para qualquer coisa! Naquela época, as mídias só reforçavam ainda mais os padrões estéticos, então resolvi falar mesmo assim: ‘Já que tudo que eu penso vai ser considerado errado, eu vou falar’. Muitas vezes, a gente não acredita no nosso potencial, a gente se acha pequena e invisível demais. A gente não sabe o poder que cada pessoa tem.”.
Inspirar! É isso que Ju busca fazer, diariamente, na vida de suas meninas nas redes sociais: “Eu sempre falo sobre o ciclo de inspiração! Imagina a situação: uma mulher gorda for à praia com um biquíni e se sinta bem e feliz. Muitas pessoas vão olhar e julgar, mas se tiver uma mulher que esteja embaixo do guarda-sol, de roupa, e olhar para isso e pensar ‘Eu também quero ser feliz’, você transformou a vida dela.”.
“Quando eu comecei, era isso que eu pensava! Se eu fizer umas duas pessoas repensarem, eu já venci na vida.”, comentou.
A influenciadora contou detalhes de uma conquista bem especial: “Uma vez, eu saí em uma capa de revista e foi a primeira vez que a sociedade via uma mulher gorda em uma capa de revista de moda. Naquele momento, essa capa fez os comunicadores repensarem o jeito como eles falam com as mulheres. Como mulheres falam com outras mulheres. É sobre naturalizar o corpo!”.
“Eu não vou conseguir transformar a vida de ninguém, mas eu posso deixar ela melhor e é isso que importa para mim.”, confessou.
E a troca com suas meninas continua sendo o momento mais especial desse trabalho: “Quinze anos fazendo isso e toda vez que alguém me manda um relato, eu choro. O brilho no olho não acaba!”.
“Meu objetivo é fazer a diferença!”, finalizou a influenciadora digital.
Fonte: Revista Máxima
Foto: Divulgação