O juiz Flávio Henrique Albuquerque de Freitas, titular da Vara Especializada em Crimes de Trânsito de Manaus, condenou o engenheiro Ely Freitas Paixão e Silva a dois anos e quatro meses de prisão em regime aberto, convertidos em prestação de serviços comunitários, e ao pagamento de seis salários mínimos às uma vítima viva e aos dependentes do motorista da motocicleta abalroada pelo veículo que o infrator dirigia na manhã do dia 30 de janeiro de 2016, quando aconteceu o acidente provocado por ele na avenida Coronel Teixeira (estrada da Ponta Negra). O Ministério Público não ficou satisfeito com a pena e vai recorrer para agravá-la e aumentar a indenização.
“O valor arbitrado é ínfimo diante dos prejuízos causados”, diz o advogado Ricardo Gomes, representante das vítimas e assistente da acusação. “A vítima deixou um filho recém-nascido. O infrator sequer prestou socorro, depois de provocar uma acidente bárbaro, por pura irresponsabilidade. Infelizmente não fizeram o teste do bafômetro”, acrescenta.
No dia do acidente, Silva saía do condomínio onde mora, o Mediterranee, dirigindo o veículo Nissan Frontier, cor prata, placa OAJ-4295 na avenida coronel Teixeira. Ele atravessou a pista para alcançar o retorno, sem perceber a aproximação da motocicleta Yamaha YBR 125 Factor, cor preta, placa OAC-8227, conduzida por Rodrigo Salazar da Silva, que trazia na garupa Kleberson Teixeira Barreiros. Com a colisão, os dois foram arremessados em direção a árvores do canteiro central. O condutor acabou morrendo em virtude de complicações decorrentes das graves lesões corporais sofridas no
acidente, conforme certidão de óbito e laudo de exame necroscópico. O carona ficou ferido. Ambos foram levados ao Hospital João Lúcio por populares, já que o engenheiro não prestou socorro.
Barreiros apresentou representação criminal contra Silva, que se negou a fazer um acordo com ele.
Ely Freitas Paixão e Silva já foi diretor da Amazonas Energia/Eletrobras, antes da privatização. Hoje é um dos diretores da Rede Amazônica de rádio e TV. Ele é casado com a sócia do grupo de comunicação, Claudia Daou Paixão, que estava com ele no dia do acidente e prestou depoimento, tentando isentar o marido de culpa.
Além da condenação e da indenização, Silva não poderá dirigir por um ano de três meses.
A sentença foi prolatada no último dia 22 de julho.