Presidente colombiano disse que mandou de volta os aviões militares porque ‘migrante não é criminoso e deve ser tratado com dignidade’. Donald Trump prometeu fazer a maior deportação em massa da história do país durante a sua campanha.
O México e a Colômbia se negaram a receber voos dos Estados Unidos que levavam imigrantes deportados para os seus territórios.
No X, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse que mandou devolver os aviões com colombianos porque “migrante não é criminoso e deve ser tratado com a dignidade que um ser humano merece”.
“Não posso obrigar os migrantes a permanecerem num país que não os quer, mas se esse país os devolver, deverá ser com dignidade e respeito por eles e pelo nosso país”, afirmou Petro.
“Nos aviões civis, sem sermos tratados como criminosos, receberemos os nossos compatriotas”, acrescentou.
No México, as autoridades negaram o pouso de um avião militar dos EUA com imigrantes nesta sexta-feira (24), disse o site de notícias americano NBC News.
Segundo a NBC, a aeronave não chegou a decolar, provavelmente por falta de aprovação de seu plano de voo. Mas não ficou imediatamente claro o motivo da recusa das autoridades mexicanas.
Desde que voltou à Presidência, na segunda (20), Trump assinou uma série de ordens executivas que visam combater a imigração ilegal e abrir caminho para uma possível deportação de estrangeiros não regularizados nos EUA.
Trump está tirando do papel promessas que fez durante a campanha presidencial ao reforçar a fiscalização e impedir a entrada irregular de estrangeiros. O republicano garante que vai fazer a maior deportação em massa da história do país, com milhões de imigrantes ilegais sendo expulsos.
Nesta quarta, um avião militar decolou dos EUA com destino ao aeroporto de Confins, em Minas Gerais, com 88 brasileiros deportados.
No entanto, a aeronave precisou pousar em Manaus após apresentar um problema técnico, e os migrantes seguiram a viagem para Confins em um avião da FAB, que pousou na noite deste sábado (25).
Os brasileiros relataram condições desumanas durante todo o processo de deportação, incluindo agressões dos agentes de imigração.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, utilizou uma rede social para anunciar que 538 imigrantes ilegais, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump — incluindo um suspeito de terrorismo, quatro integrantes da gangue Tren de Aragua e outros indivíduos condenados por crimes sexuais contra menores.
Uma das ordens executivas assinadas por Trump também ordena uma intensificação do patrulhamento da fronteira.
O governo do México está preparando nove centros de acolhimento ao longo da fronteira com os Estados Unidos para receber mexicanos que sejam deportados do país vizinho, afirmou a presidente Claudia Sheinbaum. O país teme uma crise na fronteira causada pelo fluxo de deslocados.
Uma reportagem do jornal “The New York Times” publicada nesta sexta-feira (24) afirma que o governo Trump concedeu a autoridades do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês) o poder de fazer deportações instantâneas — ou seja, devolver para o território mexicano indivíduos que acabaram de entrar, o que, pelas leis internacionais, é proibido.
A NBC diz ter confirmado a informação da recusa do México em aceitar o voo com deportados com dois funcionários da Secretaria de Defesa dos EUA, que não tiveram seus nomes revelados.