O Ministério da Saúde recebeu e está analisando comunicado de risco de provável caso letal de fungo negro em paciente imunossuprimido em Manaus, emitido pelo CIEVS/AM (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Amazonas).Anúncios
O termo fungo negro é usado para se referir à mucormicose, infecção causada por um fungo da classe Zygomycestes e ordem Mucorales, considerada grave e rara. Existe outro caso em investigação, em Joinville-SC, com o paciente em tratamento.
A informação está na Comunicação de Risco n° 14, documento ao qual o ATUALteve acesso, emitido no dia 28 deste mês pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
No caso do paciente do Amazonas, identificado na comunicação de risco como LPP, 56, residente em Manaus, o laudo com o resultado do exame emitido em 27 de abril pela Fundação de Medicina Tropical aponta patologia consistente com mucormicose, que geralmente ocorre em pessoas com comorbidade ou que utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater algumas doenças.
O paciente, diabético e usuário de insulina, foi vacinado contra Covid-10 no dia 1º de abril, em Maués, onde recebeu a 1ª dose da Coronavac-Simovac/Butantan.
De acordo com a comunicação de risco, LPP apresentou sintomas gripais e prurido no olho, após receber a vacina. Foi internado no Hospital e Pronto Socorro João Lúcio, em Manaus, no dia 12 de abril e morreu quatro dias depois, tendo como causa mortis choque séptico, mucomicose rinocerebral e diabete mellitus tipo 2.
O caso está em monitoramento pelo CIEVS nacional e é o primeiro com morte no Brasil. A comunicação foi feita na sexta-feira, 28.
No dia seguinte, outro caso foi comunicado, pela CIEVS de Joinville-SC, de paciente vivo, 52, com histórico de comorbidades (diabetes mellitus e artrite reumatoide) e testagem positiva para Covid-19 em 23 de fevereiro.
A infecção por mucormicose já atingiu aproximadamente 9 mil pacientes com Covid-19 na Índia, país asiático que vem liderando as mortes causadas pelo coronavírus nas últimas semanas.
Especialistas tem afirmado que estudos apontam a presença da mucormicose no Brasil há tempos e que, via de regra, o organismo dos brasileiros é forte e resistente ao fungo. Mas as autoridades de saúde querem saber se a Covid-19 pode agravar o quadro de pacientes com fungo negro.