A Polícia Civil do Ceará (PCCE) suspeita que o homem apontado como principal fornecedor de drogas da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Estado do Amazonas estivesse atuando também no Ceará, onde foi preso no último dia 30 de setembro. Para a investigação se aprofundar, o Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu à Justiça Estadual, a quebra do sigilo de dados de dois celulares e de um computador apreendidos com Thiago Monteiro da Silva, o ‘Thiago Mineiro’, 35.
A 9ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza já recebeu a denúncia do MPCE, o que tornou ‘Thiago Mineiro’ réu no Ceará pelo crime de uso de documento falso, no dia 15 de outubro deste ano. Ele apresentou uma carteira de identidade falsificada, no momento em que policiais civis o abordaram dentro de um veículo Audi A4, no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza, durante o cumprimento de um mandado de prisão por tráfico de drogas, oriundo da Justiça do Amazonas. O homem morava em um apartamento de alto padrão, no bairro Cocó, em nome da mulher dele, avaliado em R$ 700 mil.
Ao pedir a quebra do sigilo de dados, o promotor de Justiça argumentou que “tem-se a efetiva necessidade de colher provas que possam servir para o esclarecimento de diversos aspectos de relevância não somente para este fato que ora se apura, como também para o desbaratamento de possível esquema ilegal de venda de drogas”.
Os dados contidos nos aparelhos celulares e computador apreendidos devem servir para entender a atuação de Thiago na organização e identificar a possível ligação dele com outros comparsas.
O pedido do MPCE se deu após representação da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, para aprofundar as investigações sobre ‘Thiago Mineiro’, “diante de fortes indícios de que o indiciado possa ter envolvimento com o tráfico de drogas ou até mesmo com as organizações criminosas que atuam neste Estado”. Os dados devem ser compartilhados com outras unidades da Polícia Civil do Ceará e do Amazonas.
A defesa do acusado, representada pelo advogado Cícero Lima, afirma em nota que, não era necessária a manutenção da prisão do cliente dele e que o pedido do MPCE pela quebra de sigilo de dados é “inconstitucional e viola todos os preceitos fáticos e jurídicos neste caso”.
O advogado se negou a comentar a acusação de que Thiago é membro de organização criminosa. Por fim disse que Thiago Monteiro vai provar sua inocência com relação ao processo de uso de documento falso.
Atuação
‘Thiago Mineiro’ é considerado pelas autoridades amazonenses como o principal fornecedor de drogas do CV. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), ele é o responsável por importar entorpecentes da Colômbia e do Peru para aquele Estado.
Ele e a companheira, Stheffany Barbosa Vasconcelos, 27, foram presos pelo DRCO, em junho deste ano, por suspeita de administrarem a organização criminosa. Como a prisão era temporária, Thiago foi colocado em liberdade pela Justiça e fugiu para o Ceará.
À época da prisão, o delegado Rafael Allemand afirmou que o traficante levava uma vida discreta: “O infrator não costumava sair em público e tinha uma vida aparentemente normal. No entanto, diligências indicam que ele possuía uma visão de negócios muito acima da média, o que lhe permitia obter a posição hierárquica dentro da facção à qual pertencia”.
Já a delegada Marna de Miranda revelou que Stheffany tinha um imóvel luxuoso em Fortaleza, avaliado em mais de R$ 700 mil, o que seria um dos bens comprados pelo casal para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas.
FONTE: PORTAL CM7