A Prefeitura de Manaus intensifica as ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, na capital amazonense. Nesta terça-feira, 28/7, os agentes de endemias promoveram, a partir de visitas domiciliares, orientação e eliminação de criadouros no bairro Cidade Nova, zona Norte. A mobilização se une à campanha municipal nas mídias, como reforço nas ações de sensibilização, após a capital registrar uma alta superior a 200% nos casos da doença, no primeiro semestre de 2020, frente ao mesmo período de 2019.
“Todos os anos, atuamos da mesma forma, mas, agora, estamos intensificando as atividades para chamar a atenção da população, como nos orienta o prefeito Arthur Virgílio Neto. Estamos no verão amazônico, quando os casos costumam diminuir, porém, às vezes, as pessoas deixam recipientes expostos, que viram potentes criadouros de disseminação do mosquito”, disse o chefe do Núcleo de Controle da Dengue, Alciles Comape, que coordena as visitas dos agentes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
Aproximadamente 15 agentes de endemias, devidamente identificados com coletes, jaquetas, bonés e bolsas da Semsa, percorreram ruas da Cidade Nova 1, solicitando a visita domiciliar, em cada casa. Durante a busca ativa, criadouros foram eliminados, depósitos de água permanentes receberam larvicida e os moradores foram orientados quanto ao checklist semanal, que devem fazer em recipientes domésticos, para evitar a proliferação de larvas e mosquitos.
Segundo o chefe de Endemias do Distrito de Saúde Norte (Disa Norte), Walter Júnior, os três eixos de enfrentamento são essenciais nas visitas. “O objetivo é visitar o maior número de casas para eliminar criadouros e fazer o tratamento da água de depósitos fixos que não podem ser desfeitos, como caixas e tanques. Já o checklist afixado nas residências, perpetua a prática orientada pelos agentes, para que os próprios residentes façam a vistoria”, disse.
A aposentada Maria Santos de Assis, 71, moradora do bairro há 40 anos, aprovou a iniciativa do município. “É muito importante que haja essa preocupação com a gente, porque, às vezes, precisamos de um alerta para reforçarmos esses cuidados. Sempre estou tentando cuidar e com as orientações e o checklist vai ficar mais fácil”, destacou Maria.
Já o técnico de refrigeração Adriano Castro, 42, pontuou a necessidade dessas ações, inclusive no verão amazônico. “A iniciativa está 100% aprovada e deve continuar, ainda mais nesta época de calor, quando os mosquitos incomodam muito mais. Ações como essa são sempre bem-vindas, pois são feitas para o nosso bem”, frisou.
Sob a coordenação do Disa Norte, as visitas domiciliares dos agentes de endemias seguem durante esta semana pelas comunidades Amazonino Mendes e conjunto Boas Novas, em paralelo às vistorias feitas pela Cidade Nova 1. As demais zonas da capital também recebem as atividades.
Demais doenças
Além da dengue, o Aedes aegypti transmite também zika vírus e chikungunya. Apesar disso, as duas últimas doenças tiveram redução no mesmo período comparado, entre 2019 e 2020. O Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae/Semsa) contabilizou a queda de 33,3% dos casos confirmados da zika e de 95,2% em relação à chikungunya. A diferença se dá, pois a dengue possui quatro tipos de vírus, aumentando a possibilidade de contaminações. De qualquer forma, combatendo uma doença, eliminam-se as demais.
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Texto – Alan Marcos Oliveira / Semcom