CULTURA
A Prefeitura de Manaus, via Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), inaugurou, na noite deste sábado, 26/2, um mural de aproximadamente 15 metros de comprimento em homenagem ao cantor amazonense Zezinho Corrêa, morto em fevereiro de 2021, vítima de Covid-19. A peça está instalada na lateral do edifício Zulmira Bittencourt, 654, localizado na avenida Eduardo Ribeiro, ao lado do Teatro Amazonas, Centro.
A obra integra o projeto “Zezinho Corrêa Vive”, produzida pelo artista visual parintinense Jarbas do Carmo Gato Marinho, o “Lobão”, sendo um dos 269 projetos contemplado pelo “Edital Prêmio Manaus Zezinho Corrêa 2021”, na categoria Hip-Hop, lançado pela Prefeitura de Manaus.
O diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, relembrou que o edital em homenagem ao artista partiu de uma orientação do prefeito David Almeida, como forma de auxílio a classe durante a pandemia de Covid-19.
“Com o início da pandemia, a ordem do prefeito foi para adiantarmos o máximo possível o edital em homenagem a esse grande ícone da cultura amazonense, que nos deixou um incrível legado. Em outubro do ano passado, finalizamos os pagamentos dos vencedores, que alcançaram o teto máximo de projetos contemplados. E agora, estamos podendo ver os frutos desse importante trabalho cultural, como do muralista Jarbas Lobão”, explicou Oliveira.
Além disso, o diretor-presidente ressaltou que arte urbana é uma das suas expressões mais fortes. O grafite, já provaram que tem potencial para ocupar pequenas e grandes galerias mundo afora, e conta também, que neste primeiro semestre a fundação lançará novos editais de apoio à classe artística.
“Através do edital mais recente da Prefeitura de Manaus, estamos incentivando e apoiando a arte urbana em nossa cidade, uma expressão artística tão bonita e importante. E neste primeiro semestre do ano, a Manauscult estará lançando os próximos editais de cultura”, contou.
O muralista Jarbas Lobão explica que há algum tempo esperava para realizar essa homenagem ao cantor. Mas, foi somente após ter sido contemplado no “Edital Prêmio Manaus Zezinho Corrêa 2021”, que essa vontade se tornou realidade.
“Queria ter podido realizar essa linda homenagem antes, em vida para o Zezinho, porém, não tive essa oportunidade. Após sua partida surgiu esse edital com o nome do Zezinho Corrêa e eu tive o privilégio de ser um dos vencedores e poder homenageá-lo”.
O artista visual disse que representa por seus trabalhos a temática regional, como fauna e flora, além de personagens nativos da Amazônia, suas vidas e costumes, com o uso de técnicas como o realismo. O projeto contou também com o apoio dos artistas visuais, Sprok, Bin e Nix.
“O local escolhido para a obra é extremamente representativo, ao lado do Teatro Amazonas, é cheio de referências, pois, foi ali, ao lado do nosso cartão postal que o cantor gravou o seu CD solo nos anos 2000”.
A cerimônia contou além da presença do diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, com o diretor de Cultura da fundação, Jonathas Ribeiro, do presidente do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Tenório Telles, além de shows do DJ Marcos Tubarão, dos rappers S Preto e Igor Muniz, e do cantor e compositor Nicolas Júnior.
O artista
Jarbas Lobão é amazonense, natural de Parintins (AM), vive na capital amazonense há 25 anos, e desde o ano de 1999 começou na arte de rua, colorindo sua cidade natal. Atualmente, o artista é um dos mais importantes e influentes nomes do grafite do Norte do País. Considerado autodidata, integra a primeira geração de grafite em Manaus. Seu trabalho pode ser visto em grandes publicações, exposições, marcas, painéis e em vários muros da capital amazonense.
Realismo, figuras humanas, personagens regionais, cenários regionais e tropicais, letras wild style, letras em 3D e objetos tridimensionais, compõem o trabalho do artista, que já participou, em 2009, do evento “Internacional de Graffiti Meeting of Styles Brasil”, em São Paulo (SP), e em 2017 e 2018, do “Festival Amazônia Walls”.
Ganhou em 2000 e 2001 o prêmio “Revelação de Graffiti Manaus”, pelo Movimento Hip-Hop Manaus (MHM). É um dos organizadores do maior evento de grafite do Norte, o Black & White, e ao longo da carreira, realizou diversas oficinas, exposições, mostras, eventos e workshops sobre grafite.
Edital Zezinho Corrêa
A Prefeitura de Manaus lançou o “Edital Prêmio Manaus Zezinho Corrêa 2021”, no dia 16/3, e representa um investimento total na cadeia econômica da cultura na capital amazonense superior a R$ 1 milhão. O Edital é dividido em nove segmentos artísticos: artes visuais, audiovisual, circo, dança, hip-hop, literatura, manifestações culturais, música e teatro. Em todas as categorias, os prêmios estão distribuídos em valores de R$ 1,9, mil, R$ 3,7 mil, R$ 4,6 mil, R$ 5 mil, R$ 6 mil e R$ 10 mil.
Editais de Cultura
No primeiro semestre deste ano, a Prefeitura de Manaus estará lançando novos editais para impulsionar a economia da cadeia cultural, assim como projetos de produção e difusão artístico-cultural na cidade de Manaus.
A Câmara aprovou na última quinta-feira, 24/2, um projeto de lei que determina à União que faça o repasse de R$ 3,8 bilhões a estados e municípios para a aplicação em ações de socorro ao setor cultural, afetado pelas restrições adotadas durante a pandemia do novo coronavírus.
A proposta foi batizada de “Lei Paulo Gustavo”, em homenagem ao ator e humorista que morreu em maio de 2021, vítima de Covid-19. A lei prevê o repasse de valor emergencial para os estados e municípios e será distribuído nos modelos da Lei Aldir Blanc.
A Câmara dos Deputados, aprovou, também, na mesma sessão, o projeto conhecido como Lei Aldir Blanc 2, que institui uma política nacional permanente de fomento à cultura. A previsão é que haja repasses anuais de R$ 3 bilhões da União a estados e municípios para ações no setor. A proposta segue agora para o Senado Federal.
“Estamos passando por um momento histórico e extremamente importante para os artistas, com a aprovação na Câmara dos Deputados da Lei Paulo Gustavo e da Lei Aldir Blanc 2. Esses projetos vão garantir o auxílio emergencial tão necessário ao setor, e estruturar uma política contínua de ações, com o objetivo de reparar as perdas que a cultura sofreu nos últimos anos” declarou o diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira.