Pacientes com câncer de pele, hanseníase e outras dermatoses foram atendidos e já começaram tratamento
O mutirão dermatológico, realizado pela Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), instituição vinculada à SES-AM, neste sábado (28), de 8h às 15h, superou as expectativas, batendo a meta de atendimentos, que antes da ação era de 500 pacientes, fechando a tarde com mais de 1200 pessoas atendidas. A iniciativa, que fez parte da programação do Janeiro Roxo, mês dedicado ao combate da hanseníase, registrou casos em outras áreas de atuação da Fuham.
Na área de hanseníase, foram registrados 8 casos, um número considerado alto para apenas um dia de atendimento. Números de câncer de pele também chamaram atenção: 27 casos detectados. Sobre outras dermatoses (doenças de pele), 25 pacientes tiveram cirurgias marcadas por apresentarem problemas mais graves. Nas oito horas de trabalho foram realizados 1.060 exames dermatológicos. Todos esses dados são preliminares, o que significa que ainda passarão por cruzamento, análise e conclusão. O resultado final dos dados já organizados será apresentado na próxima semana.
“Os dados serão trabalhados agora e analisados. Aí, nós vamos ver um pouco todos os CIDs (códigos com informações da doença). Vamos fazer essa compilação por faixa etária e idade para vermos qual é esse público que compareceu hoje aqui conosco. Saber o que a população tá precisando. Nós temos dermatoses mais graves. Outra coisa, é esse número de casos de hanseníase. Parece pouco, mas não é. Isso mostra que a gente precisa fazer a busca ativa (mutirões). Isso é importante para termos um panorama do que precisamos fazer”, disse Valderiza Pedrosa.
Adesão e apoio
Para realizar o mutirão, a Fuham mobilizou pouco mais de cinquenta servidores de todas as áreas. O atendimento começou às 7h, mas antes desse horário já havia pessoas esperando na entrada da instituição. Uma das dificuldades da equipe de apoio foi acomodar o público para esperar a triagem, a consulta dentro das instalações da Fuham, terminando as filas que chegaram a se formar nas primeiras horas da manhã. A solução encontrada foi ocupar todas as instalações coletivas, inclusive o auditório. Para o público que chegou mais cedo foi distribuído um lanche com sanduíche e café. Uma das principais vantagens práticas para o usuário foi a possibilidade de ser atendido no mesmo dia da procura, algo que não acontece comumente, inclusive no sistema particular de Saúde.
Para obter o resultado esperado, foi fundamental o apoio de órgãos governamentais, como Secom e SES, de veículos de imprensa e profissionais voluntários, em especial médicos e médicas que compareceram para ajudar nos atendimentos. O diretor-presidente da Fuham, médico dermatologista Carlos Chirano, disse que a participação dos servidores da instituição, não só da parte técnica, mas o pessoal de apoio e da área administrativa foi o grande motivador para o resultado final do mutirão. “Vamos ver o saldo de tudo isso, um saldo de qualidade na apresentação do serviço público. Eu vi diagnósticos de casos graves de câncer de pele, de psoríase, pessoas que já vão entrar no programa de tratamento da instituição, algo que vai mudar significativamente na vida dessas pessoas”, avalia Carlos Chirano.