O Canal de Suez está liberado
O gigantesco navio de contêineres da empresa Evergreen, que foi atingido por fortes ventos e ficar atravessado no Canal de Suez por quase uma semana, nesta segunda-feira (29) desencalhou após uma série de métodos de remoção adotados pelas equipes do governo egípcio que cuidam do canal. A via marítima histórica liga vários continentes desde o século 19 e é essencial para o transporte de petróleo procedente do Médio Oriente.
Além dos memes, a suspensão do tráfego pelo canal, que liga a Europa à Ásia já provocou a subida dos custos de transporte e o desvio de vários petroleiros, do qual, trouxe enorme prejuízo financeiro, S$400 milhões por hora em mercadorias.
O Canal é responsável por 12% do comércio mundial e 8% do volume de gás natural. Um prejuízo global, em mercadorias, de U$$6 a U$$10 bilhões de dólares por semana. O navio encalhado pode ter um impacto negativo no comércio mundial anual de 0,2 até 0,4%.
E as mercadorias?
O navio parado poderia causar escassez de café e afetar até a chegada de papel higiênico.
Empresas como a Ikea e a Cartepillar também passaram por um perrengue na última semana. E até cogitaram transportar os sofás e camas de avião. E as encomendas da China? Atrasadas.
Efeitos
Um dos efeitos globais é que os navios de contêineres sofrerão atrasos, devido à falta de compartimentos para carga. Outros navios ‘de linha’ também sofrerão atrasos nas rotas. E outras embarcações foram obrigados a utilizar a outra rota para buscar especiarias das Índias.
E os outros 200 navios que se encontram parados no canal, não poderão chegar a seus destinos no prazo previsto com os compradores.
Mas e o prejuízo, fica com quem?
O porta-contêineres encalhado tem o nome de Ever Given é de propriedade da empresa japonesa Shoei Kisen, mas é operado pela Evergreen Marine Corp, sediada em Taiwan. O prejuixo ficará por conta do dono do navio.
E isso abre caminho para que os donos das mercadorias peçam indenização à seguradora do navio. Principalmente para ressarcir produtos que estragaram e multas por prazos descumpridos na entrega da mercadoria.
Porém, outro problema surge. Calcula-se um prejuízo, pelo tamanho do navio, de U$$100-200 milhões de dólares, ou seja, os valores podem ser ainda maiores devido ao prejuízo a terceiros, incluindo a Autoridade Portuária do Egito.
Será que a seguradora tem esse dinheiro ou irá quebrar?
O navio encalhado é um belo exemplo da globalização. Muita gente sequer imaginava que 12% do comércio global passava por tão estreita porção de água.
E este é o segundo grande incidente que envolve o Evergreen. Em 2019, o navio bateu em um pequeno barco atracado no Rio Elba, na cidade de Hamburgo. À época, as autoridades explicaram que a colisão ocorreu devido a ventos fortes. Então, por já ter ocorrido um problema parecido, saberão lidar com a situação.
No momento em que encalhou no Canal de Suez, o navio era conduzido por dois representantes da autoridade do canal do Egito, Bernhard Schulte Shipmanagement. Essa empresa, responsável pela gestão do Evergreen, informou que a tripulação de 25 pessoas já está em terra e em segurança.
Por fim, foi um problema que acabou virando piada e preocupação para todos os países. Mas que caminha para um final, para alívio de todos.
*Com dados da Agência Brasil e Daniel José