Drauzio Varella emocionou muita gente, mas também revoltou alguns internautas com uma reportagem sobre mulheres trans em presídio, exibida no domingo passado no Fantástico, da Globo. Depois da polêmica envolvendo uma das detentas entrevistadas, a trans Suzy Oliveira, o médico resolveu se pronunciar.
Em nota, divulgada em suas redes sociais, o profissional afirma “ser médico e não juiz”. O depoimento foi feito após o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) divulgar documentos judiciais que apontam que a detenta foi condenada pelo homicídio de uma criança de nove anos de idade.
Na entrevista, Suzy afirmou que não recebia visitas na cadeia a cerca de oito anos. Ao perceber a solidão da detenta, Varella a abraçou e acabou comovendo muitos telespectadores do Fantástico. Ela, então, recebeu 234 cartas e presentes em cinco dias, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo.
“Há mais de 30 anos, frequento presídios, onde trato da saúde de detentos e detentas. Em todos os lugares em que pratico a Medicina, seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico“, diz a nota de Drauzio Varella.
“No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios. No caso da reportagem veiculada pelo Fantástico na semana passada (1º/3), não perguntei nada a respeito dos delitos cometidos pelas entrevistadas. Sou médico, não juiz”, completa ele.