O relatório final da polícia sobre o “Caso Flávio” está repleto de falhas e distorções que podem levar a total anulação das investigações. E uma delas busca esconder a mais fatal de todas: a polícia não isolou o local. Paola Molina foi indiciada no relatório final da polícia por “fraude processual”, por ter assumido que limpou vestígios de sangue na casa 179.
Conforme as câmeras de segurança, testemunhos de porteiros e dos próprios policiais que atenderam a ocorrência, a PM chegou antes dos familiares de Alejandro na casa. E mesmo com Alejandro ferido no lado direito da cabeça, Magno ferido nas costas e a informação de que Flávio havia sido sequestrado, a polícia não isolou aquilo que seria uma clara cena de crime.
Mas ao invés de abrir uma sindicância para apurar a falta de preparo da polícia, as investigações tentam culpar Paola, irmã de Alejandro, que após a saída da polícia, decidiu limpar a bagunça na casa onde morava o irmão. Com essa acusação, os investigadores tentam tirar a responsabilidade da Secretaria de Segurança. E o pior: o caso ganha contornos políticos.
Indiciando Paola, as investigações camuflam o erro da polícia, comandada pelo Governo do Estado, e tentam jogar a opinião popular contra a família do prefeito de Manaus Arthur Virgílio. A ação já visa as eleições de 2020 e já recebe críticas. “O corpo de Flávio está sendo usado como palanque”, dizem internautas nas redes sociais.
Um irmão problemático
Não há nenhuma prova que confirme que a casa estava isolada quando Paola decidiu amenizar a bagunça. Por este motivo esse indiciamento tem características de manobra política e poderá ser corrigido pelo Ministério Público que passará a analisar o relatório apresentado.
Para amigos, Paola teria lamentado a situação do irmão que, em outras ocasiões já havia se machucado pelo uso excessivo de álcool e entorpecentes. Ao se deparar com a cena, ela só acreditou que se tratava de mais um desses momentos.
É ela quem consegue uma vaga para o irmão no dia seguinte para ser internado em uma clínica de reabilitação no Rio de Janeiro.