Parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro usaram suas redes para defender o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), alvo da operação Lesa Pátria nesta quinta-feira. Entre os nomes que demonstraram apoio ao político estão o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Carlos Bolsonaro (PL-RJ), Bia Kicis (PL-DF) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), principal nome do bolsonarismo na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro.
Jordy é suspeito de promover atos antidemocráticos que contestavam o resultado das eleições presidenciais no ano retrasado, como bloqueios das rodovias no interior do Rio de Janeiro. O inquérito da PF mostra que o deputado trocava mensagens com golpistas, participando de alguns grupos de WhatsApp e passando orientações sobre esses temas.
As investigações apontam ainda que esses atos liderados pelo deputado podem ter culminado nas invasões e depredações das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Na ocasião, os prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto foram destruídas.
Filho de Bolsonaro, Flávio comentou a ação que teve Jordy como alvo, que considerou como ação de “autoritarismo e arrogância”. Em sua postagem no X (antigo Twitter), o senador também criticou a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que autorizou a operação. “A forma como essa investigação está sendo conduzida é muito mais ‘lesa pátria’ que o próprio 8/Jan. A continuidade dela, além de autoritarismo e arrogância, é o mesmo que querer culpar a mulher que foi estuprada, ou seja, quem defende a democracia passou a ser o errado”, escreveu o senador.
A deputada federal Bia Kicis disse que o caso é “um absurdo sem tamanho”, e declarou que o bolsonarista teve sua casa e gabinetes “invadidos”. Ela lembrou ainda que Jordy é pré-candidato a prefeito de Niterói, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro, e definiu como “líder dedicado”.
Pré-candidato à prefeitura do Rio, o deputado Alexandre Ramagem afirmou que a operação “representa a continuidade da armadilha preparada contra o povo brasileiro” e disse que reforma do judiciário precisa ser pautada no Congresso Nacional “contra esse sistema ditatorial”.
Já Nikolas Ferreria respostou o vídeo de Jordy, gravado após a operação da PF nesta manhã, e escreveu apenas uma palavra: “ditadura”. O bolsonarista Paulo Bilynsky também prestou solidariedade ao colega de Casa, assim como Hélio Lopes e o gaúcho Mauricio Marcon (Podemos-RS).
O ex-procurador da Lava-Jato e ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo) ponderou que mesmo tendo apoiado as manifestações pró-Bolsonaro, não considera Jordy “envolvido com ilícitos”. “Se participou de grupos de whatsapp em que outras pessoas se envolveram com ilícitos, sem ter se engajado em nada criminoso, também não há crime por parte dele”, escreveu. Outra que foi à rede defender Jordy foi a mulher do ex-deputado Daniel Silveira, que está preso.
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) prestou solidariedade a Jordy e disse que “mais uma vez ignora-se solenemente a Constituição e deflagra-se mais um capítulo do rumo assombroso para onde caminha o Brasil”.
Fonte: A repórter