A ação faz parte do movimento grevista dos petroleiros para informar sociedade sobre os impactos negativos da privatização da Petrobras e sobre valores abusivos
Manaus – O Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) realiza a venda de botijões de gás por R$ 40, metade do preço cobrado atualmente. A ação acontece nesta quinta-feira (13), às 10h, na rua Marielle Franco no Loteamento Orquídeas, Zona Norte de Manaus para os moradores da comunidade.
Durante a ação, serão vendidos 200 botijões de gás de 13kg para a comunidade, que ao chegar no local, deve garantir uma ficha da ação distribuída pelos petroleiros para realizar a compra do botijão de gás a preço justo. A ação irá terminar até a venda do último botijão de gás no local.
A venda dos botijões de gás faz parte das ações realizadas pelos petroleiros durante o movimento grevista nacional da categoria e tem como objetivo explicar à população sobre os valores abusivos na venda dos gás de cozinha, os impactos negativos da venda da Petrobras para a sociedade e também explicar as razões da greve nacional da categoria.
Greve continua
A Justiça do Trabalho determinou no dia 6 de fevereiro o bloqueio das contas da FUP e dos sindicatos que aderiram a greve e liberou a Petrobras para fazer contratações temporárias enquanto durar a paralisação. Mesmo com a decisão, a FUP e os sindicatos filiados continuam a greve por tempo indeterminado. De acordo com a FUP a “a adesão à greve de 20 mil trabalhadores ocorre sem piquetes, só na base do convencimento, em cumprimento à decisão do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra”.
A Comissão de Negociação Permanente da FUP, formada por cinco diretores da FUP, completou nesta terça-feira (11), 11 dias de ocupação de uma sala do quarto andar no edifício-sede da Petrobras no Rio de Janeiro, cobrando interlocução com a gestão da empresa para suspender as demissões na Fábrica de Fertilizantes de Araucária (Fafen-PR) e abrir fóruns de negociação para cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), firmado em novembro de 2019 com a Petrobras sob mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Ao longo desta semana, a FUP e os sindicatos também estão com representantes em Brasília, visitando gabinetes de deputados e senadores no Congresso Nacional para que façam interlocução com a direção da Petrobras e o Governo.
Entenda a greve e as reivindicações da categoria
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados, incluindo o Sindipetro-AM, iniciaram a greve nacional dos petroleiros no sábado (1). De acordo com levantamento pela FUP nesta terça-feira (11), a greve nacional conta com 102 unidades do Sistema Petrobras mobilizadas em 13 estados do país. No Amazonas, petroleiros da Refinaria Isaac Sabbá – Reman e de Coari que trabalham no gasoduto continuam em greve.
Em 11 dias de greve, a categoria petroleira reivindica a suspensão do fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), previstas para terem início na sexta-feira,14, o que pode acarretar a demissão de mais de 1.000 funcionários da empresa e exige que a Petrobras cumpra outras negociações obtidas no fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Entre as decisões que a empresa vem tomando por conta própria e sem negociação com a categoria estão: tabela de turno, banco de horas, plano de saúde e participação nos lucros, o que havia sido determinado.
Durante a greve nacional, a categoria petroleira tem o objetivo de informar a sociedade sobre o atrelamento do reajuste da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha ao mercado internacional, que deixam o Brasil exposto a flutuações de preços no exterior. E também alertar sobre o processo de desindustrialização que o Brasil vem sofrendo com a redução dos investimentos da Petrobras e o risco do processo de venda de oito refinarias da Petrobras no Brasil para concentrar somente na região sudeste, como afirmou o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
No cenário local, a Refinaria Isaac Sabbá está prevista para ser vendida ainda no primeiro semestre de 2020.
Informações: Ascom Sindpetro