Oito escolas abriram suas quadras para aplicação de 1ª, 2ª e 3ª doses neste sábado (05/02)
Samba no pé e vacina no braço! Esse foi o lema dos amantes do samba, famílias e população em geral que compareceram em uma das oito quadras de escolas de samba abertas à vacinação contra a Covid-19 neste sábado (05/02), por meio da campanha “Pra Sambar Tem que Vacinar”. A ação do Governo do Amazonas, em parceria com a Prefeitura de Manaus, iniciou às 9h e segue até as 16h deste sábado.
Com o objetivo de chegar ainda mais perto das comunidades e ampliar a cobertura vacinal na capital, foram montados postos nas quadras da Grande Família, Reino Unido da Liberdade, Unidos do Alvorada, Vila da Barra, Mocidade Independente de Aparecida, Vitória Régia, Andanças de Ciganos e Sem Compromisso.
Nascida e criada no bairro de Aparecida, a industriária Adalgisa Serrão falou sobre a emoção de receber a terceira dose da vacina na quadra da escola do coração.
“É muito emocionante. Eu moro no bairro desde que eu nasci, frequento, toda a minha família (frequenta). E tem a nova geração, que são minhas filhas, a Ana Luísa é a musa mirim, começou na escola com 5 anos de idade, hoje ela tem 12. É muito emocionante se vacinar na escola que a gente frequenta e que eu torço desde quando eu estava na barriga da minha mãe”, disse, após receber a vacina.
Além dos moradores das comunidades, a campanha atraiu trabalhadores do Carnaval, que ressaltaram a importância de ampliar o número de vacinados para possibilitar um retorno breve às atividades.
“Eu digo que tem que vacinar sim, para a gente estar bem, imunizados, que o samba volte, porque também gera emprego para muitas outras pessoas, e que tudo volte ao normal. Vacina sim!”, afirmou José Luiz Martins, o “Nego do Reino”, primeiro mestre-sala da Reino Unido da Liberdade, que tomou a dose de reforço.
“Para mim é uma grande satisfação estar aqui tomando a minha vacina, minha terceira dose. Você que é sambista venha se vacinar, isso é muito importante para nós, da classe dos músicos, não deixe de se vacinar”, alertou Nonato Alcântara, o “Careca do Samba”, intérprete e compositor da Vitória Régia.
Mestre-sala da Dragões do Império, escola de samba do bairro São Jorge, que integra o grupo de acesso do carnaval de Manaus, Luciano Maquiné tomou a terceira dose na quadra da Andanças de Ciganos e destacou a união das escolas de samba no combate ao coronavírus.
“Todas as escolas hoje estão fazendo um bem, abrindo suas quadras para receber a população para se imunizar, como isso é gratificante para os sambistas, estar contribuindo para a sociedade com esse ato. Só temos gratidão no nosso coração. Carnaval também é saúde, é cidadania, Carnaval não é só folia”, enfatizou Luciano.
Saúde, samba e feijoada – A campanha é mais uma estratégia do Governo do Estado para alcançar os bolsões de não vacinados, que tendem a desenvolver formas graves da Covid-19.
“Aqui em Manaus nós temos 80 mil pessoas que ainda não tomaram a primeira dose; 194 mil que não tomaram a segunda; e que estão faltando tomar a dose de reforço, 484 mil. Já fizemos intensificação nos shoppings, nos supermercados, hoje nas escolas de samba. Então, você que é folião, vacine-se para que a gente tenha Carnaval em abril e volte à vida normal”, disse Tatyana Amorim, diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
Todas as escolas organizaram apresentações dos itens de cada agremiação, como bateria, passistas e mestre-sala e porta-bandeira.
Por meio dos restaurantes populares Prato Cheio, gerenciados pela Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), foram distribuídas marmitas com feijoada para quem se vacinou. Não foi permitido consumir a refeição nas quadras para não provocar aglomerações. Foram preparadas 5 mil refeições.
Além da FVS-RCP e da Seas, a vacinação nas quadras contou com o envolvimento de servidores das secretarias de Saúde do Amazonas (SES-AM) e de Cultura e Economia Criativa, sendo realizada em parceria com a Prefeitura de Manaus e com apoio da Comissão Executiva das Escolas de Samba de Manaus (Ceesma) e da União das Escolas de Samba do Amazonas (Uesam).
FOTOS: Bruno Zanardo/Secom