Participando do 1º Webcongresso Pernambucano de Direito Municipal, realizado nesta sexta-feira, 19/6, o prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto defendeu que a reconstrução econômica do país pós-pandemia virá por meio da democracia. “A união de esforços, que alguns chamam de frente única, deve ser em torno de dois pressupostos: defesa pela Constituição e pela democracia”, afirmou, ao cobrar medidas efetivas do governo federal, para que o Brasil supere os problemas causados pela pandemia do novo coronavírus.
Virgílio realizou debate junto com o ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, sobre “Os desafios dos entes federados e gestores públicos no enfrentamento da crise sanitária e as soluções para o pós-pandemia”, no qual destacou que o país poderia estar enfrentando a pandemia de forma mais firme, se tivesse uma liderança federal mais centrada.
“O Pacto Federativo é torto, porque concentra maior quantidade de recursos na União, que não faz tanto pelo povo. Deveria ser repassado aos municípios de uma vez, sem precisar pedir favor a ninguém, porque é nos municípios que se concentra a população”, disse o prefeito, ressaltando que durante a crise da saúde em Manaus trabalhou com recursos do Executivo municipal. “Tive que trabalhar com recursos próprios, fiz parcerias com quem quis ajudar, mas instiguei, de forma cordial, o governador para que ele entrasse em uma competição sadia de quem fazia mais para salvar vidas”, completou.
Seguindo a mesma linha, Ciro Gomes ressaltou que seria necessário um “pente-fino” na economia brasileira, para encontrar medidas de economia sem afetar pequenos e médios empreendedores. “Temos um sistema tributário regressivo, temos que aumentar impostos no Brasil e cobrar de maneira justa, sabendo a importância de cada setor, como a importância do Polo Industrial de Manaus, que é intocável, de onde sai 8% da produção industrial do Brasil, mas que é hostilizado por não ter uma estrutura de escoamento de produção para o restante do país, por via terrestre”, disse Ciro.
Segundo Virgílio Neto, a solução para o que ele considera um desgoverno do país só será possível pela união dos diversos setores e partidos políticos. “A unidade daqueles que, mesmo em relação à economia e à política são diferentes, pode criar um projeto de Brasil e, ao mesmo tempo, cobrar do presidente que se atenha à democracia, para que o país volte a ter credibilidade no exterior e entre os próprios brasileiros”, finalizou, dizendo que os problemas do Brasil podem ser colocados em nome de uma só pessoa. “O maior problema do Brasil, neste momento, chama-se Jair Messias Bolsonaro. Precisamos de um grande recomeço”, concluiu.
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Texto – João Pedro Figueiredo / Semcom