
O prefeito David Almeida anunciou, nesta quinta-feira, 20/3, em coletiva de imprensa, a ampliação das ações para minimizar os impactos das fortes chuvas na cidade, como a aquisição de um radar meteorológico de última geração e nove estações meteorológicas, que permitirão prever tempestades com mais precisão e antecedência. Além disso, reforçou as medidas emergenciais adotadas após o temporal, nas últimas 24 horas, com um volume de 86,2 milímetros, causando alagamentos e deslizamentos, incluindo o que resultou na morte da líder comunitária Sâmia Maciel, na comunidade Fazendinha.
Durante coletiva de imprensa no Centro de Cooperação da Cidade (CCC), na zona Centro-Oeste, o chefe do Executivo municipal destacou que o novo sistema meteorológico representa um investimento sem precedentes na prevenção de desastres naturais. “Manaus está dando um salto tecnológico na previsão do tempo. Esses radares vão nos permitir agir com mais precisão e rapidez para evitar tragédias. É um investimento maior que um viaduto, mas salvar vidas é o mais importante”, afirmou.
Atualmente, os radares em operação na cidade não conseguem medir com exatidão a intensidade e a localização das chuvas. O novo radar, que será instalado em parceria com uma empresa mexicana, tem alcance de 400 quilômetros e permitirá alertas meteorológicos com até três horas de antecedência. “Só São Paulo tem esse equipamento no Brasil. Com ele, poderemos prever a quantidade de chuva e os locais mais afetados, permitindo uma resposta mais eficaz da prefeitura e da Defesa Civil”, explicou o prefeito.
Ações
Enquanto investe em prevenção, a prefeitura segue atuando para minimizar os danos causados pelas chuvas. As 33 famílias afetadas pelo deslizamento, na comunidade Fazendinha, no bairro Cidade Nova, zona Norte, foram cadastradas no programa Auxílio-Aluguel e serão reassentadas nos apartamentos do PAC Calamidade.
Desde o início de março, a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) já prestou atendimento a 647 famílias em situação de risco, por toda a cidade, com 94 delas já inseridas no Auxílio-Aluguel. Também foram distribuídas 366 cestas básicas, 460 colchões e lençóis, além de 225 kits de higiene.
Além da assistência emergencial, as famílias afetadas pelo deslizamento serão incluídas no programa habitacional da prefeitura. “Essas famílias serão realocadas para os 1.056 apartamentos do PAC Calamidade, uma parceria com o governo federal. Assim que as unidades estiverem prontas, elas terão moradia digna”, afirmou David Almeida.
O chefe do Executivo municipal lamentou a perda da líder comunitária Sammya Maciel, que morreu enquanto tentava resgatar moradores da área atingida. “Ela foi uma heroína. Nossa solidariedade à família e à comunidade. Estamos trabalhando para evitar que tragédias como essa se repitam”, declarou.
Déficit habitacional
O prefeito David Almeida ressaltou ainda o Plano Municipal de Contingenciamento. “A partir do plano, as pessoas que moram nessas áreas podem se dirigir à escola definida, como prever o Plano Municipal de Contingenciamento. Tudo isso vai otimizar o nosso trabalho, para que a gente possa diminuir esses eventos causados pela chuva”, explicou.
A ocupação irregular de áreas de risco continua sendo um dos maiores desafios enfrentados pela gestão municipal. Atualmente, Manaus possui 1.650 áreas classificadas como de risco, das quais 644 estão nos níveis mais críticos (3 e 4). “As pessoas acabam indo para essas áreas por falta de políticas públicas de habitação no passado. Quando assumimos a prefeitura, não existia uma Secretaria de Habitação há mais de 12 anos”, ressaltou David Almeida.
Para enfrentar esse problema estrutural, a prefeitura está desenvolvendo o primeiro bairro planejado da capital após mais de 30 anos. No local, onde antes ficava a ocupação Monte Horebe, são construídos 3.620 lotes, cujas primeiras unidades devem ser entregues até o final do ano. Além disso, 4.700 apartamentos estão sendo erguidos, com a entrega das primeiras 586 unidades prevista para maio.
Prevenção e conscientização
A prefeitura tem trabalhado para fortalecer a prevenção de desastres naturais. Atualmente, Manaus conta com 11 ecobarreiras instaladas nos igarapés para evitar o acúmulo de lixo e reduzir enchentes. No período de 1º a 19 de março, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) realizou a remoção de 936.780 toneladas de lixo e sedimentos dos leitos dos igarapés. Paralelamente, equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) e da Semulsp executam a dragagem de seis igarapés e intensificam a coleta de resíduos.
Além dos investimentos em tecnologia e infraestrutura, a prefeito reforça a importância da conscientização da população. O descarte inadequado de lixo é um dos grandes fatores de alagamento na cidade. “Muitas vezes, o problema não é jogar lixo no igarapé, mas sim deixar nas ruas, onde a chuva carrega para os bueiros e obstrui o escoamento. Precisamos mudar essa cultura”, alertou o prefeito.
A Prefeitura de Manaus seguirá emitindo alertas, via SMS, e intensificando as ações de limpeza e dragagem de igarapés para reduzir os riscos de enchentes. “Foram décadas sem políticas habitacionais efetivas, e agora estamos correndo contra o tempo para dar dignidade às pessoas. Esse trabalho não se resolve em um dia, mas estamos avançando e vamos continuar firmes para proteger nossa população”, concluiu o prefeito de Manaus, David Almeida.
A gestão David Almeida segue mobilizada para mitigar os impactos das chuvas e prevenir novos desastres, a partir de investimentos em infraestrutura, tecnologia e assistência social. A população pode colaborar seguindo as orientações das autoridades e utilizando os canais oficiais para relatar situações de risco.
Texto – Emanuelle Baires / Semcom