O prefeito e o vice-prefeito de Manaus, David Almeida e Marcos Rotta, respectivamente, reuniram a imprensa na manhã desta quinta-feira (27) para desmentir informações sobre um documento que os acusava de fechar acordo com um traficante em troca de votos, nas eleições de 2020. David afirmou que o documento, taxado de “dossiê” e não de relatório oficial, tem 34 inconsistências.
Visivelmente irritado, David apontou que o documento é “patético”.
Inconsistências
Coube ao secretário municipal de Segurança, delegado Sérgio Fontes, apontar as incoerências em relação ao dossiê, elaborado dentro da Subsecretaria Estadual de Inteligência (SEAI) da Secretaria de Segurança Pública. Entre outros itens, Fontes apontou que o texto “não tem assinatura, nem origem, nem informações sobre diligência” e tem “emissão de juízo de valor”, o que o invalidaria como documento oficial, além de ter sido elaborado um período em que a SEAI estava corrompida – tanto que seu dirigente foi preso na Operação Garimpo Urbano.
Desde xampu na cadeia
Segundo Sérgio Fontes, o dossiê é “uma salada”. Em 62 páginas cita o nome de David e Rotta apenas duas vezes e reúne uma série de relatos desconexos sobre temas variados. “Desde xampu no sistema prisional até corrupção no Ipaam”. Fontes disse ainda que “as informações são da cabeça de quem fez (o documento)” e que “foi produzido na SEAI, mas é ilegítimo na essência” porque não tem origem, mandante, informações sobre diligências, resultado de investigações e outros detalhes de perícia técnica.
Processos
David Almeida e Marcos Rotta afirmaram que vão processar “mais de 700 pessoas” pela disseminação de informações falsas. Rotta apontou perda de tempo “com algo sem pé nem cabeça”.