O projeto é uma estratégia para o controle do aumento da dengue, que registrou uma alta de 200% durante o inverno amazônico e a pandemia do novo coronavírus.
Coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), o projeto contempla a instalação das estações em 40 pontos estratégicos, locais de alta proliferação do mosquito, divididos entre os bairros Compensa, Redenção, Novo Aleixo, Cidade Nova, Flores, Aleixo e Jorge Teixeira.
De acordo com o chefe de controle de endemias do Distrito de Saúde Sul (Disa Sul), Luciano Lopes, o mosquito vai tentar depositar os ovos na armadilha, onde há o larvicida Pyriproxyfen. “Ao encostar nessa armadilha, o mosquito se torna um agente, polinizando esse larvicida em locais que não conseguimos ir. Mas, ainda assim, reforçamos que a população cumpra o checklist ‘Dez Minutos Contra a Dengue’, para garantir a segurança da sua casa e da sua família”, comentou, fazendo referência ao roteiro de limpeza entregue pelos agentes de endemias durante as visitas domiciliares.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2014, em Manaus e Manacapuru. Os resultados iniciais foram satisfatórios, o que levou o Ministério da Saúde levar o projeto para outras cidades do Brasil. “Nós estamos com esse projeto em cidades do Nordeste e do Sudeste do país e, agora, restabelecendo em Manaus com o apoio da Semsa. As Estações Disseminadoras vêm como uma ferramenta a mais para apoiar o controle do Aedes aegypti, o que não priva a responsabilidade de cada cidadão de cumprir com seu papel”, ressaltou o pesquisador e diretor da Fiocruz Amazônia, Sérgio Luz.
As EDs são baldes plásticos, cobertos com pano preto impregnado de larvicida. Para funcionar, as estações precisam de certa quantidade de água para atrair os mosquitos até a solução, para que assim eles possam disseminar o larvicida em outros focos de reprodução. Uma das vantagens do uso dos mosquitos na disseminação do produto é que eles podem encontrar quaisquer possíveis criadouros, mesmo os que estão em locais de difícil acesso como em calhas de telhados, em terrenos baldios e em casas abandonadas.
Para o coordenador técnico do projeto, Joaquin Cortes, a estratégia segue várias modalidades. “Usamos o próprio mosquito como agente de endemia. Esses pontos estratégicos têm potencial disseminador, porque são locais de alta proliferação do mosquito, então a gente consegue ter um impacto maior na densidade populacional desses mosquitos”, ressaltou.