Com 2.613 casos de sífilis registrados entre janeiro e julho deste ano em Manaus, a prefeitura iniciou a campanha “Manaus no combate à Sífilis”, em referência ao Dia Nacional de Combate à Sífilis, instituído no terceiro sábado do mês de outubro, conforme Lei nº 13.430 de 31 de março de 2017.
A chefe do Núcleo de Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), enfermeira Rita de Cássia Castro de Jesus, informa que a campanha pretende estimular a intensificação de atividades educativas e de oferta de teste rápido nas unidades de saúde e em outros locais estratégicos, além da distribuição de preservativos masculinos e femininos, e de material informativo.
“A sífilis é um grande problema de saúde pública e, devido ao aumento significativo do número de casos em todo o Brasil, foi considerada uma epidemia no final de 2016 pelo Ministério da Saúde, mesmo o tratamento sendo simples e de baixo custo”, informa Rita de Cássia.
Doença causada pela bactéria Treponema palidum, a sífilis pode ser transmitida por meio da relação sexual (adquirida ou em gestantes) ou da transmissão vertical, da mãe para o feto (congênita).
Entre os 2.613 casos da doença registrados em Manaus, 1.473 são de casos de sífilis adquirida, 920 de sífilis em gestantes e 220 de sífilis congênita.
“A sífilis adquirida e em gestantes podem ser evitadas com o uso do preservativo nas relações sexuais, e é possível erradicar a sífilis congênita mediante o diagnóstico precoce na gestante e com tratamento em tempo oportuno. Por isso, todas as gestantes devem realizar o exame para o diagnóstico da doença”, indica a enfermeira.
Em Manaus, o teste rápido (TR) de sífilis está disponível em 133 unidades de saúde municipais, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. A recomendação é que as pessoas sexualmente ativas realizem o teste para sífilis rotineiramente. Todas as gestantes e suas parcerias sexuais devem ser investigadas para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e informadas sobre a possibilidade de prevenção da transmissão para a criança.
“O cuidado, a prevenção e o tratamento são primordiais para reverter a infecção, evitando a transmissão da mãe para o bebê”, alerta a enfermeira.
Casos
Rita de Cássia explica que a série histórica de 2017 a 2020 de casos da doença em Manaus mostra que, em relação ao número de casos de sífilis adquirida, é verificada uma tendência crescente até 2019, ano em que houve o registro de 3.438 casos.
“Proporcionalmente, em 2020, foi registrada a diminuição do número de casos. E vale ressaltar que, em 2019, houve realização de um maior número de atividades educativas e distribuição de insumos de prevenção e os distritos de saúde realizaram mais ações para ampliar a testagem diagnóstica”, destaca Rita.
Em 2017, o número de sífilis adquirida foi de 1.105 casos, com 1.396 em gestantes e 702 de sífilis congênita. Em 2018, foram 1.911 casos de sífilis adquirida, com 1.361 de sífilis em gestantes e 661 de sífilis congênita. Em 2019, 3.438 casos de sífilis adquirida, 1.455 de sífilis em gestantes e 608 de sífilis congênita.
Texto – Eurivânia Galúcio /Semsa