O primeiro-ministro de Portugal, Antônio Costa, apresentou renúncia ao presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, na manhã desta terça-feira (7). Ele é alvo de uma investigação da procuradoria-geral do país relacionada à concessão de duas minas de lítio e um projeto de central de produção de hidrogênio.
— É meu entendimento que a dignidade das funções de primeiro-ministro não se compatibiliza com a suspeita da prática de qualquer ato criminal, por isso apresentei obviamente a minha demissão ao presidente da República — disse Costa, que agradeceu a dirigentes partidários, do governo e da oposição, e à família.
Ele justificou a sua saída alegando ter sido surpreendido por um inquérito criminal aberto contra ele no Supremo Tribunal de Justiça do país. Costa, no entanto, se defendeu dizendo estar com a consciência tranquila com relação a atos ilícitos.
Mais tarde, ele também informou que não pretende se candidatar novamente ao cargo em meio a especulações sobre o seu futuro.
De acordo com os jornais portugueses, Costa se tornou alvo de uma investigação do Ministério Público em um inquérito instaurado na corte suprema do país para investigar negócios ilícitos envolvendo lítio e hidrogênio verde.
Foram feitas buscas na residência oficial do primeiro-ministro e nos Ministérios do Ambiente e Infraestruturas, com a prisão de funcionários de seu gabinete. Logo após as operações, Costa comunicou que faria uma reunião com o presidente, tendo durado apenas 15 minutos antes de comunicar a renúncia, informa o Diário de Notícias.
Segundo o site EuroNews, foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o empresário e amigo de Costa Diogo Lacerda Machado, o presidente da Câmara, Nuno Mascarenhas, e os empresários do Start Campus de Sines, responsável pela central de hidrogênio, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves.