Durante o debate, ocorrido no auditório Belarmino Lins da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), no último sábado (19), o professor André Zogahib, candidato a reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), destacou-se em relação ao adversário, professor Alcian Souza, candidato apoiado pelo atual reitor da instituição, Cleinaldo Costa.
André Zogahib, Doutor Sênior, e também um gestor experiente e premiado nacionalmente, demonstrou conhecimento da universidade como um todo. Ao contrário do adversário, recém Doutor, e que a todo momento procurava esconder a má administração do seu principal apoiador e cabo eleitoral.
“Na Escola Normal Superior, tem sala funcionando dentro de banheiros por falta de espaço físico. O curso de Engenharia Naval tem apenas 6 professores, o de Educação Física 3. Os laboratórios dos cursos de Engenharia Civil e de Química estão depauperados. O Curso de Medicina, do atual Reitor, é Conceito 1 no ENADE. “Temos que pensar em estruturar os cursos já existentes para darmos maior qualidade de ensino ao aluno”, afirmou André Zogahib.
O candidato Alcian Souza salientou o descompromisso com a situação atual, assim como a busca pelas razões que levaram a precariedade. “Aqui, eu não quero falar de passado. O que aconteceu não nos interessa”, enfatizou o candidato que representa a continuidade de Cleinaldo Costa que tem até o mesmo vice, professor Cleto Leal.
Os candidatos divergiram com relação às verbas de PD&I. Mesmo com a continuidade do Pólo Industrial de Manaus estar em constante ameaça, inclusive com o fechamento de empresas, o professor Alcian credita a esta fonte de recursos grande expectativa para a recuperação das estruturas comprometidas da UEA, dentre elas, os laboratórios. “Nós não podemos esquecer que existe uma outra fonte de recurso que pode muito bem potencializar esses ambientes, também sem onerar a universidade que são os recursos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação”, salientou o candidato, parecendo completamente alheio a recente ameaça do governo federal de acabar com a competitividade do PIM ao reduzir a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). O fim do diferencial tributário acarreta no fechamento de empresas e, consequentemente, queda de repasses para a UEA assim como diminuição de verbas de PD&I.
O professor André Zogahib, ao abordar o assunto, foi mais cauteloso e abriu um leque maior de possibilidades para a manutenção da UEA. “O P&D vai ajudar muito, mas não pode ser a panacéia. Temos de rever gastos, cortar o que não dá certo”, disse com convicção André Zogahib. O candidato salientou ainda uma forma de eliminar despesas. “É preciso trabalhar para que a universidade tenha seus próprios espaços. Na gestão da Chapa 19 faremos de tudo para construirmos nossa casa própria. A partir daí teremos custos muito menores. Trabalharemos para reduzir os gastos com aluguéis, que custam alguns milhões de reais por ano”, disse Zogahib.
O candidato da Chapa 22 insistiu até o fim em fazer ‘vista grossa’ para as ações do reitor Cleinado, seu apoiador. “Aqui, eu não quero falar de passado. O que aconteceu não nos interessa”, afirmou Alcian Souza. Já o candidato da Chapa da oposição, André Zogahib, foi conciliador ao fechar sua participação no debate. “É pensando assim, no coletivo, respeitando as pessoas que nós vamos trabalhar com gestão, com participação e com respeito. O respeito é o que sedimenta a nossa condução nesse processo”.
Recursos em alta
No ano passado, a universidade não teve perdas, pelo contrário. O orçamento projetado para a UEA, em 2021, era de R$ 449,7 milhões e o arrecadado foi R$ 596,2 milhões. “Houve um superavit de R$ 146, 5 milhões. O que não aconteceu no ano passado é o mesmo que tem se repetido sistematicamente: não houve discussão com a comunidade universitária de como empregar esse recurso de forma eficiente. Nossa diretriz é adotar na UEA Gestão, Participação e Respeito a fim de trabalhar de forma racional e produtiva”, enfatizou André Zogahib após o debate ao comentar os recursos da instituição.