Usando cocares, arcos, flechas e faixas e cartazes com palavras de ordem, cerca de 200 indígenas da etnia Mura vieram do município de Autazes e realizaram um grande protesto em frente a sede do Ministério Público Federal (MPF), na avenida André Araújo, bairro Aleixo, Zona Centro-Sul, na tarde desta quinta-feira (30).
O objetivo do movimento liderado pelo Conselho Indígena Mura (CIM), principal representação da etnia em Autazes, foi protestar contra a decisão dos procuradores federais e da Justiça Federal que há uma semana suspenderam o processo de licenciamento ambiental do projeto de exploração do potássio em Autazes.
Os índios se mostravam revoltados e indignados com a decisão, principalmente com a atitude dos procuradores federais do MPF.
O índio Everton Marques afirma os Mura se sentiram traídos pelo MP, isto porque os índios seguiram todas as recomendações e protocolos feitas pelo próprio MPF e a Justiça Federal.
Os Mura afirmam que 30 tribos Muras se manifestaram por meio de documentos favoráveis ao Projeto Potássio e apenas cinco tribos foram contrárias.
“Mesmo nós índios nos posicionando favoráveis, os procuradores se manifestaram contrário dentro do processo, o que fez que a Justiça Federal suspendesse o licenciamento ambiental. Claro que fomos traídos pelo MPF”, afirmou outra liderança Mura.
A indignação, segundo as lideranças do CIM, é pelo fato deles terem feito tudo o que o próprio MPF e a juíza Jaiza Fraxe pediram. Foram realizadas várias audiências, ouvidas as lideranças das tribos, as comunidades e todos se mostraram favoráveis ao projeto, e que mesmo assim, o MPF e a Justiça Federal suspenderam o licenciamento ambiental.
“Pelo que dá pra entender, é que o MPF quer ve os índios pobres passando fome porque a exploração do Potássio é sim bom para as etnias, vai trazer emprego, saúde, educação, e qualidade de vida”, afirma Everton Marques.
Os índios afirmam que estão prontos e preparados para a guerra contra o MPF e a Justiça Federal. Hoje, vivem em Autazes 12 mil índios da etnia Mura em Autazes. “Se preciso vamos trazer todos a Manaus para fazer um protesto gigantesco”, afirma.
EMPREGO E RENDA -Segundo a direção do Conselho Mura-CIM, cerca de 34, das 35 aldeias participaram de uma Assembleia nos dias 21 e 22 de setembro na Aldeia Terra Preta, para deliberar sobre o projeto da Potássio do Brasil e, definiram seu apoio ao projeto que visa desenvolver o município.
O prefeito Andreson Cavalcante afirmou durante a Assembléia ser favorável ao projeto Potássio em Autazes porque entende que ele é necessário não apenas para Autazes, mas para o Amazonas e o Brasil como um todo.
“Autazes tem a prerrogativa dada por Deus de ter esse minério, que muda a história do município e é um verdadeiro divisor de águas”. Andreson disse ainda que houve a realização de um Protocolo de Consulta aos povos indígenas e que, até então, era uma “falha que precisava ser corrigida. Foi corrigida e construída com a Justiça, num entendimento com todas as lideranças indígenas. com todo o povo Mura”.
O Projeto Potassio vai gerar em algum momento cerca de 1.500 empregos diretos e mais de 5.000 indiretos. Em outra fase da implantação, chegará a 5.000 empregos diretos.