Pernambucana, ela nasceu em Limoeiro e foi criada em João Alfredo. Jullie chegou a cursar medicina em Havana, Cuba, e hoje sonha ser diplomata.
Depois de Luis Pradines, que quase levou o prêmio máximo, a primeira pessoa a levar R$ 1 milhão no quadro “Quem quer ser um milionário”, no programa “Domingão com Huck”, é a também pernambucana Jullie Dutra.
Agora milionária, Jullie ganhou o prêmio ao responder corretamente à pergunta sobre o número da camisa que Pelé usou na Copa de 1958. A concorrente usou o recurso de ligar para uma amiga para consultar sobre a questão.
“Quando minha mãe morreu, no leito de morte, ela me disse: ‘Jullie não pare de estudar, com a educaçao você cria empoderamento, você estudando, consegue galgar espaço, consegue um milhão, muito mais do que isso’. Dediquem-se a vocês, mulheres, que vocês conquistam e conseguem. Tenho [a palavra] ‘resiliência’ tatuada no braço. Perdi minha mãe, entrei em depressão, fiquei sem emprego. E comecei com um cliente numa agencia de comunicação, hoje 12 pessoas que trabalham comigo e quero agradecer a eles”, comemorou.
Jullie é jornalista, tem 38 anos e nasceu em Limoeiro, mas foi criada em João Alfredo. Órfã de pai e mãe, Jullie tem uma filha de 3 anos, Maria Helena, diagnosticada no espectro autista.
Antes de ser jornalista, Jullie chegou a cursar medicina em Havana, Cuba. “Cursei um ano, mas não era minha praia. Voltei bem desacreditada em mim. Queria fazer jornalismo e fui morar num pensionato e vendi charutos que trouxe, para pagar os estudos”, contou.
Foi no pensionato onde ela conheceu Taís, a amiga que levou ao “Domingão com Huck”. Hoje, Jullie sonha em ser diplomata.
Segundo seu perfil no Linkedin, Jullie tem formação em jornalismo com pós-graduação em direitos humanos. Escreveu o livro “Caro Haiti”, sobre os momentos de antes, durante e depois do terremoto que marcou a história do país em 2010.
Fala espanhol, francês e inglês, é fundadora e atua como diretora do Grupo Coros Comunicação, uma agência de marketing digital. Também se dedica em paralelo aos estudos para tentar ingressar na carreira diplomática.
Durante o programa, Jullie se emocionou ao lembrar as perdas mais sofridas da sua vida. “Eu tinha 5 anos quando meu pai foi assassinado. Mas tenho flashes dele. Lembro dele com muito carinho e sou muito grata”.
Jullie também perdeu a mãe. “Quando minha mãe partiu, eu tinha 27. Quando tenho perdas grandes, sempre lembro dessa perda irreparável. E lembro que não existe dor tão profunda”.
Jullie conta que havia ganho uma bolsa parcial para fazer mestrado em jornalismo investigativo, em Madri, na Espanha, quando a mãe faleceu.
“Ela teve um AVC. Liguei para o coordenador da [universidade] Juan Carlos e disse que estava entregando a bolsa. Eu já tinha pago uma parte. Minha mãe tinha se esforçado muito. E, em cima de uma cama, entre a vida e a morte, a preocupação dela era com o meu mestrado”, conta.
Segundo informou durante a participação, se levar R$ 1 milhão, o plano é comprar uma casa para a “mãe do coração”, Carmelita, que hoje ajuda Jullie a criar a filha, Maria Helena. Para conseguir o feito, a pernambucana beijou uma medalhinha que carrega no pescoço várias vezes.
Minha santa protetora é Nossa Senhora Aparecida. Ela vai fazer um milagre hoje aqui. E, se eu conseguir, vou fazer o percursos que Marcos Mion fez. Que seja feita a vontade dela e de Deus”.
Jullie se referiu ao trajeto que Marcos Mion fez a pé, de São Paulo a Aparecida, para agradecer a ida para a TV Globo, que era o sonho profissional do apresentador.