Segundo a coluna de Josmar Josino no UOL, a Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (ROTA), um dos grupos de policiais mais letais de todo o Brasil, está sem matar pessoas desde o dia 31 de maio. A suspeita é de que a ROTA esteja a duas semanas sem assassinar suspeitos por conta do sistema de câmaras instalado nos uniformes policiais.
Desde o dia 4 de junho, diversos grupos de policiais militares do estado de São Paulo são obrigados a utilizar uma câmera que grava a integralidade de um turno de 12 horas. Os modelos enviam as imagens das operações diretamente para uma central que registra a ação.
De olho na Rota
Uma série de policiais já haviam recebido o equipamento, que agora a será utilizado pela Rota e pelos Baeps de Campinas, Santos e São José dos Campos, cidades paulistas que também possuem altos índices de letalidade.
Os dados sobre os esquadrões serão posteriormente analisados por grupos de pesquisa universitária, que compreenderão se haverá redução do nível de letalidade policial graças à instalação das câmeras.
A tecnologia substitui antigas câmeras de uniforme, em que os próprios agentes de segurança deveriam escolher se gravariam ou não uma ação. Agora, todo o turno é gravado, sem a opção do policial registrar o ato ou não.
“O turno todo é gravado. Um policial que se envolveu em uma troca de tiros, por exemplo, mas não acionou no momento dos tiros. Acionou logo depois. Você vê o indivíduo já baleado, mas não tem o que aconteceu. [Com o novo sistema], simples, volto lá no arquivo e está tudo registrado”, afirma o Coronel Robson Cabanas Duque, gerente do programa, à Folha.
“Com essas 10 mil câmeras, conseguimos fechar toda a cidade de São Paulo e Grande São Paulo para que, no ano que vem, todos os policiais tenham câmeras”, completou.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo foi a força de segurança que mais assassinou pessoas no Brasil em 2019. Um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que 80% dos mortos pela polícia em todo o país são negros.
Fonte: Hypeness