O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que ainda não tomou a vacina contra a COVID-19, tinha a intenção de assistir ao jogo de futebol entre Santos e Grêmio, neste domingo (10/10), pela Série A do Campeonato Brasileiro. A ausência do comprovante de imunização, no entanto, fez os planos naufragarem. O chefe do Executivo cumpre agenda no litoral paulista, estado onde, para entrar em estádios, é preciso atestar o recebimento das injeções contra a doença.
Sem poder comparecer à Vila Belmiro, em Santos, Bolsonaro protestou. “Por que cartão, passaporte, da vacina? Eu queria ver o jogo do Santos agora. Me falaram que tem que estar vacinado. Por que isso?”, criticou.
O “passaporte” vacinal é norma fixada pelo governador João Doria (PSDB) para liberar o retorno da torcida às arquibancadas. Às pessoas que receberam duas doses, basta apresentar o comprovante. Cidadãos contemplados com apenas uma injeção precisam levar, ainda, teste negativo da doença.
“Eu tenho mais anticorpos do que quem tomou a vacina”, disse Bolsonaro, em tom irônico. Por ora, os estádios paulistas podem receber até 30% da capacidade total. A gestão estadual pretende autorizar a abertura de todos os setores das arenas no próximo mês.
Há duas semanas, outro bolsonarista, Nikolas Ferreira (PRTB), vereador de Belo Horizonte, também debochou da necessidade de comprovar a imunização. Ele queria visitar o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, mas acabou barrado.
Sem atestar a imunização, exigida pela prefeitura fluminense para entrada em locais de uso coletivo, Nikolas não pôde visitar o ponto turístico .
Na Câmara dos Deputados, Junio Amaral (PSL), outro mineiro alinhado às ideias de Bolsonaro, tenta emplacar projeto que inviabiliza o passaporte da vacina. O pesselista apresentou a ideia à Mesa Diretora do Parlamento. A ideia é multar quem “tratar de forma desigual pessoas vacinadas e não vacinadas”.