Por conta do impacto, a massoterapeuta Maria Graciete teve que amputar uma das pernas; segundo perito ouvido pelo Fantástico, carro estava a 115 km/h em via cujo limite era 40 km/h
A polícia de São Paulo investiga se o carro de luxo que atingiu a massoterapeuta Maria Graciete de Araújo, de 36 anos, estava participando de um ‘racha’, como são conhecidas as corridas clandestinas. O caso aconteceu no último dia 20, em Barueri, na Grande São Paulo.
Por conta do impacto, Maria Graciete teve que amputar uma das pernas. Ela foi levada para o Hospital Municipal de Barueri e recebeu alta no domingo (26). Na sexta (24), ela já tinha gravado um vídeo dizendo que se recuperava bem.
A advogada de Maria Graciete, Natalia Soares, espera que ela preste depoimento à polícia ainda nesta semana. “É importante frisar que a senhora Graciete lembra de todo o momento do acidente. Antes, durante e depois”.
Maria Graciete voltava do trabalho com o mototaxista Arlison da Silva Correia, de 32 anos, que também foi atingido. Ele ficou dois dias internado, com lesões na cabeça e nas pernas, mas não se feriu gravemente e voltou para casa.
“No momento, estou buscando a minha recuperação, porque está muito difícil a mobilidade. Eu vim de Manaus para tentar uma vida melhor em São Paulo e esse sonho foi interrompido por causa do acidente. Dói muito ver uma vida toda esquecida e ter que recomeçar tudo de novo”, contou Maria em vídeo enviado ao Fantástico.
Em vídeo gravado ao Fantástico, Maria reforçou que está se recuperando, mas com muita dificuldade por conta da falta de mobilidade.
O caso ocorreu na Alameda Rio Negro, no Alphaville Industrial. No trecho do acidente, a velocidade máxima permitida é de 40 km/h. Um perito da Justiça ouvido pelo Fantástico, especializado em engenharia mecânica e de segurança, constatou que tudo indica que o carro estava bem acima do limite.
“É possível identificar que o carro estava acima do limite da via porque você tem o tempo que ele leva pra passar por imagens de câmera de segurança, e o espaço que ele percorre. Então, se você tem tempo e tem espaço, você tem velocidade. Feitos os cálculos, eu imagino que ele estivesse entre 115 e 120 km/h”, disse Renato Orsi.
O carro de luxo era dirigido por Carlos André Pedroni, que fugiu sem prestar socorro e se apresentou à polícia na tarde de quarta-feira (22).
“Não foi um racha. Eu não estava embriagado. Foi um acidente em que eu, surpreendentemente, eu não vi onde foi o impacto. E por conta de um histórico recente de eu ter sido vítima de um sequestro, eu cheguei a parar o carro, mas a reação foi sair do local”, alegou Pedroni.
Ele foi indiciado por lesão corporal com dolo eventual (quando se assume o risco de ferir alguém), omissão de socorro e fuga do local do acidente.
O motorista do outro carro, que também estava em alta velocidade, é o dentista Roberto Viotto. Ele se apresentou à polícia na madrugada do dia do acidente. Admitiu que passava pela via em alta velocidade, mas negou a participação em um racha e afirmou não ter visto o acidente. Os dois carros foram apreendidos.