O governador Wilson Lima deu início, nesta segunda-feira (15/03), em Iranduba, à primeira etapa da campanha para erradicar a febre aftosa no estado. O município, distante 27 quilômetros de Manaus, é uma das 41 cidades nas calhas dos rios Amazonas e Solimões que são alvo desta fase da campanha “Amazonas sem Febre Aftosa”. Juntas, as localidades concentram 31,2% do rebanho de bovídeos no estado.
Em oito cidades das calhas dos rios Negro e Madeira, o calendário de vacinação ocorre nos meses de maio e novembro. Outros 13 municípios no sul do estado foram reconhecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como áreas livres da febre aftosa sem vacinação e estão prestes a receber o mesmo reconhecimento internacional conferido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).
“Isso significa que nós vamos ter a possibilidade de comercializar esse produto no território nacional e, também, fora do país. É importante porque agrega valor ao nosso produto. Imagina você ter em outras regiões do mundo um gado produzido na região amazônica, de forma sustentável. Ele sai daqui com selo de preservação ambiental. O que nós estamos trabalhando é para garantir o desenvolvimento sustentável”, disse Wilson Lima.
Com status de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação estão os seguintes municípios: Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini, Guajará, Envira, Eirunepé, Ipixuna, Itamarati e parte de Tapauá. O relatório técnico que reconhece esse status já recebeu parecer favorável da OIE. Em maio, o parecer será avaliado durante a 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE. A organização está sediada em Paris, na França.
Barreiras sanitárias – Em abril de 2020, dando continuidade à execução das metas previstas no Plano Estratégico para o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre da Aftosa (PNEFA) 2017-2026, o Governo do Amazonas implantou novas Barreiras de Vigilância Agropecuária.
O objetivo do plano é criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres de febre aftosa sem vacinação, com a substituição gradual da vacinação contra a febre aftosa.
Essas barreiras foram instaladas nos municípios de Novo Aripuanã, Apuí (localizada no Distrito de Sucunduri) e Manicoré (na comunidade de Igapó Açu, na rodovia BR-319). Ainda como parte do plano, o Governo do Amazonas convocou 208 aprovados em concurso público para atuarem na região do sul do Amazonas.
Vacinação – Cerca de 600 mil doses foram adquiridas pelo Governo do Estado e repassadas para o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), informou o secretário de Estado da Produção Rural (Sepror), Petrucio Magalhães Júnior.
“Você que é pecuarista, não pode deixar de vacinar seu rebanho, para garantir a sanidade animal, garantir novos mercados”, alertou Petrucio. No Idam a dose pode ser adquirida por R$ 1,50, e, nas lojas agropecuárias, de R$ 1,90 a R$ 2,00, segundo o secretário.
Após imunizar seus rebanhos, os pecuaristas devem notificar a vacinação junto à Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) até o dia 15 de maio. Quem não vacinar o rebanho e não notificar a imunização ficará impedido de retirar e receber a Guia de Trânsito Animal (GTA), de participar de eventos pecuários e de transportar os animais para comercialização.
Multa – No Amazonas, a multa é de R$ 40 por cabeça de gado não imunizado, além de mais R$ 300 por propriedade e pagamento dos custos de deslocamento para a Adaf realizar a vacinação, de acordo com a Lei nº 2.923, de 27 de outubro de 2004, e o Decreto nº 25.583, de 28 de dezembro de 2005.
A segunda etapa de vacinação desses municípios vai ocorrer entre julho e agosto.