Uma mulher deu entrada no hospital Copa D’Or no dia 17 de outubro com hipoglicemiagrave —a suspeita é de que tenha usado uma caneta de Ozempic falsificada.
O que aconteceu
A paciente comprou o medicamento em uma farmácia e o vendedor teria tentado vender mais de uma caixa, alegando que o produto mudaria de empresa. A Polícia Civil do Rio de Janeiro passou a investigar o ocorrido. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o caso foi registrado na 13ª DP, de Ipanema, e “diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos”. Ela usa o medicamento com o acompanhamento de um endocrinologista e decidiu ir ao hospital ao se sentir mal 15 minutos após a aplicação.
O hospital disse que a paciente tinha “quadro clínico grave e de difícil identificação”. Ela foi atendida e o quadro, tratado e revertido. “Houve a suspeita de que a paciente poderia ter sido vítima dos efeitos de um remédio falsificado. O hospital, então, informou as autoridades responsáveis, para que seja feita a devida apuração”, disse o Copa D’Or. A paciente se recuperou e teve alta no dia seguinte.
Outros casos também foram identificados. Segundo a Novo Nordisk, farmacêutica fabricante do Ozempic, já houve casos de falsificação no Rio e em Brasília. O Ozempic é uma injeção tipo “caneta”, à base de semaglutida, que reduz o apetite —por isso, vem sendo usada para emagrecimento.
Canetas para aplicação de insulina podem ter sido vendidas como se fosse Ozempic. Segundo a Novo Nordisk, “há indícios de que canetas de insulina Fiasp® FlexTouch® foram readesivadas com rótulos de Ozempic, possivelmente retirados indevidamente de canetas originais”.
Como saber se é falso?
Há diferenças nas cores dos produtos. O fabricante do medicamento pede para que clientes prestem atenções às canetas. “A de Ozempic é de cor azul clara, com o botão de aplicação cinza. Já canetas de Fiasp são azuis escuras, com botão laranja”, diz.
A Novo Nordisk pede também que os pacientes fiquem atentos aos locais de compra. É preciso tomar cuidado, por exemplo, com sites e canais não licenciados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a comercialização de medicamentos.
Embalagens alteradas, escritas em outros idiomas, com aparência diferente da registrada também são um sinal de alerta, segundo a fabricante.
É preciso ainda ter atenção ao preço— se são muito baixos, isso pode indicar falsificação. “O nosso é aprovado pelo governo e segue a tabela CMED, órgão federal que regulamenta o preço dos medicamentos no país”, diz. Para checar o preço oficial dos medicamentos, basta acessar a tabela no site do governo, disponível aqui. O preço do Ozempic está na faixa de R$ 1000 a R$ 1.300.
Ações de fiscalização da Anvisa anteriores ao caso recente do Rio já identificaram três lotes falsos:
- 1 – Lote MP5A064, com prazo de validade 10/2025 e embalagem secundária que indica concentração de 1,34 mg/mL, em idioma espanhol;
- 2 – Lote LP6F832, com data de validade 11/2025;
- 3 – Lote MP5C960, que apresenta em sua embalagem secundária a concentração de 1 mg, em idioma espanhol.
*Com informações de Estadão Conteúdo