O medo não vai nos parar: Mulheres da Amazônia tomam as ruas de Manaus no 8 de Março
No Dia Internacional da Mulher, movimento feminista realiza caminhada e ato cultural para reivindicar direitos e denunciar a violência contra as mulheres na região

As ruas do Centro de Manaus serão palco de um grande ato feminista no dia 08 de março, promovido pelo Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM). Com o tema “O medo não vai nos parar. Mulheres da Amazônia: pela vida e por direitos!”, a mobilização terá concentração às 15h na Praça do Relógio (Av. Eduardo Ribeiro – Centro) e seguirá em caminhada até o Largo de São Sebastião, onde ocorrerá uma programação cultural e uma feira de economia solidária com empreendimentos conduzidos por mulheres.

O ato busca visibilizar a luta das mulheres da Amazônia por igualdade de gênero, direitos e políticas públicas que garantam uma vida digna e livre de violência. “O medo não vai nos calar, não vai nos parar. Pela vida e dignidade das mulheres na Amazônia, no Amazonas, na cidade de Manaus, em todo o Brasil e no mundo”, afirma Marília Freire, coordenadora do Fórum.
Fórum Permanente das Mulheres de Manaus
Criado em 2006, o FPMM reúne mais de 40 organizações, coletivos e movimentos sociais que atuam no enfrentamento às violências contra as mulheres, incluindo feminicídio, violência doméstica e obstétrica, além da luta por políticas públicas que atendam às necessidades das mulheres e meninas na região.

“Nosso Fórum é um espaço de debate, construção e cobrança por mudanças. Discutimos abertamente as estruturas que nos violentam e a falta de políticas que nos colocam nos rankings nacionais de violência contra as mulheres”, explica Marília Freire, coordenadora do FPMM. Além das reuniões regulares, o Fórum também promove formações, encontros e articulações para fortalecer a rede de apoio às mulheres.

O FPMM tem sido fundamental na luta pela implementação e fiscalização de políticas públicas que garantam a segurança e o bem-estar das mulheres. Um dos desafios enfrentados na região amazônica é a dificuldade de acesso aos serviços essenciais, como delegacias especializadas, casas de acolhimento e atendimento médico de qualidade para vítimas de violência. “Nossa luta é para que as mulheres tenham acesso a direitos básicos e que não fiquem desamparadas quando buscarem ajuda”, acrescenta Marília.

Um 8 de Março de luta e resistência

O Dia Internacional da Mulher é historicamente marcado por mobilizações feministas ao redor do mundo, e em Manaus não será diferente. Durante a caminhada, diferentes alas temáticas

representarão as pautas centrais do movimento, reforçando a diversidade e a força da luta feminista na região.
A manifestação não será apenas um ato simbólico, mas um momento de reivindicação e visibilidade para temas urgentes, como o combate ao feminicídio, a necessidade de políticas públicas eficazes e a valorização do trabalho das mulheres.
Além da caminhada, a programação se estenderá até as 20h no Largo de São Sebastião, onde haverá apresentações culturais e uma feira de economia solidária, promovendo a autonomia financeira das mulheres. A feira contará com produtos artesanais, alimentos e iniciativas de empreendedoras locais, reforçando a importância da independência econômica na luta contra a desigualdade de gênero.

A luta das mulheres da Amazônia

As mulheres da Amazônia enfrentam desafios únicos devido às condições socioeconômicas e geográficas da região. O isolamento de algumas comunidades, a falta de infraestrutura e a negligência do poder público tornam a luta ainda mais complexa. No entanto, as mulheres organizadas em coletivos e movimentos sociais seguem firmes na reivindicação de melhorias.
Ao longo dos anos, o FPMM tem sido uma das principais forças na articulação dessas demandas, promovendo debates, pressionando autoridades e organizando atos como o do Dia Internacional da Mulher. “Nosso objetivo é fazer com que essa luta seja permanente e que, cada vez mais, mulheres se sintam fortalecidas e seguras para ocupar os espaços de decisão”, conclui a coordenadora.

Serviço:
Concentração: Praça do Relógio, às 15h
Caminhada até o Largo de São Sebastião, às 16h
Apresentações culturais e feira de economia solidária, das 17h às 20h Acompanhe nas redes sociais:
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